Carta à Torre - 10 de dezembro de 2007 - INDICETJ.COM - Escandalo sobre as Testemunhas de Jeova

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CARTA À TORRE
- 1O DE DEZEMBRO DE 2007
Sebastião Ramos
Fortaleza, 10 de dezembro de 2007.

À Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados


Prezados Irmãos,

Meu nome é Sebastião Ramos, sou o responsável pelos artigos que vinham sendo publicados aos domingos no Jornal O POVO, de Fortaleza – CE, na Coluna intitulada de Espiritualidade. O primeiro artigo veiculado ocorreu na data de 27 de janeiro de 2007, com o tema: “A Religião no Centro das Discussões Mundiais”. Confesso que, inadvertidamente, usei o nome da Congregação a que pertencia e o meu privilégio de Servo Ministerial. Na ocasião, tive uma reunião com o viajante que me advertiu de que não mais usasse esta identificação, mas não houve proibição de escrever novamente sobre assuntos espirituais, com base no entendimento do “escravo fiel e discreto”. Lembro que à época me ocorreu o fato de que, em tempos passados, a organização de Jeová havia empregado um método eficaz de pregação através de jornais, rádios e demais meios de comunicação disponíveis. Assim, achei que poderia aumentar meu ministério com essa modalidade de pregação, utilizando um veículo que vai aos lugares mais distantes: O jornal.

Então, passei a escrever com mais regularidade, tanto que já foram publicados diversos artigos, com os temas mais diversos. Embora, é verdade, especialmente, alguns irmãos não tenham entendido a razão de minhas escritas, a maioria de pessoas, tanto de fora como de dentro do povo de Jeová, fizeram comentários favoráveis sobre os artigos, o que me fez crer que essa modalidade de pregação poderia ser bem usada para divulgação da mensagem do reino, principalmente, porque entraria em locais onde nunca conseguiríamos pregar, nos condomínios fechados, empresas, shoppings centers etc. Tanto que recebi comentários favoráveis, os mais diversos, acerca das matérias que suscitaram grande interesse nos mais diversos tipos de pessoas.

Em virtude dos artigos, formamos junto com alguns irmãos um grupo de pregação das Boas Novas em nosso local de trabalho, a saber, no campus da Universidade Federal do Ceará, quando centenas de pessoas foram contatadas com a mensagem do reino, e publicações foram distribuídas, estudos bíblicos foram iniciados, irmãos antes fracos na fé foram ajudados e etc.

Ainda outra razão para usar o jornal como objeto na pregação foi o fato de que, com o aumento generalizado da violência, em bairros nobres e favelas de nossa cidade, as dificuldades em se pregar por meio do testemunho formal, de casa em casa, têm aumentado, inclusive, já houve casos de assaltos em congregação em pleno horário de reuniões. Até nosso Salão de Assembléias já foi alvo de ataque de bandidos. Portanto, esse trabalho via jornal, me pareceu bastante apropriado para se pregar o reino nesse momento crucial em que vivemos.

Outro fator que gostaria de mencionar é que todos os artigos tinham como base as Escrituras Sagradas e estavam de acordo com o entendimento do “escravo”. Jamais pretendi atrair fama ou pregar para os irmãos, mas sempre lhes dava cópias das matérias para que tivessem conhecimento sobre o assunto e talvez pudessem comentar com alguém que lhes falasse sobre os artigos.

Confesso que, embora esteja desapontado por ter sido sugerida a descontinuação da publicação dos artigos, minha fé em Jeová e em seu canal competente continua a mesma. Apenas gostaria que os irmãos me escrevessem para explicar a verdadeira razão da decisão de não mais permitir que se publique os artigos, já que os irmãos que trataram do caso não deram detalhes sobre o assunto.

Sobre o teor dos artigos, em nenhum momento foram questionados, nem mesmo por pessoas de fora ou grupos religiosos da cristandade, visto que não era nem mais nem menos daquilo que o “escravo” já vem dizendo a dezenas de anos, só há uma diferenciação, que todos os textos eram atualizados conforme os acontecimentos que surgiam no cenário local, nacional e no mundo. Por isso, ainda não entendi plenamente a razão da proibição de se continuar com essa modalidade de pregação.

Seu irmão na fé,


Sebastião Ramos de Oliveira
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