Lealdade a quem - à Sociedade Torre de Vigia ou a Deus? - INDICETJ.COM - Escandalo sobre as Testemunhas de Jeova

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LEALDADE A QUEM - À SOCIEDADE TORRE DE VIGIA OU A DEUS?

Gustavo Garrido
A revista "A Sentinela de 15/03/1996 página 17 § 10 cujo tema "Como passar na prova da lealdade" diz:

"A lealdade à organização visível de Jeová significa também não ter nada que ver com os apóstatas. (o grifo é nosso) Os cristãos leais não ficam curiosos de saber o que essas pessoas dizem. É verdade que os usados por Jeová Deus para dirigir a Sua obra na Terra não são perfeitos. Mas o que diz a Palavra de Deus que devemos fazer? Abandonar a organização de Deus? Não. A afeição fraternal deve manter-nos leais a ela, e devemos continuar a ‘amar-nos uns aos outros intensamente de coração’. — 1 Pedro 1:22".

O interessante deste argumento é que se usa o texto de 1 Pedro 1:22 que diz:

"Agora que purificastes as vossas almas pela [vossa] obediência à verdade, tendo por resultado a afeição fraternal sem hipocrisia, amai-vos uns aos outros intensamente de coração".

Qual "a verdade" que Pedro se referia neste texto? Será que falava a respeito de uma organização humana?

Vejamos: O contexto nos mostra claramente que Pedro referia-se à verdade do sangue precioso de Cristo, e que tinha sido manifestado no fim dos tempos por causa daqueles a quem Pedro se dirigia e que tinham se tornado por intermédio de Jesus, crentes em Deus, que o tinha levantado dentre os mortos e tinha lhe dado glória. - 1 Pedro 1:19-21

Vejam bem que Pedro não se referia a que a afeição fraternal e o ‘amar-nos uns aos outros intensamente de coração' não era lealdade a "ela" - organização da Sociedade Torre de Vigia (STV) - como levianamente o artigo se refere e sim às verdades preciosas que aprenderam acerca do sangue precioso de Cristo pois tinham recebido um novo nascimento, não por semente [reprodutiva] corruptível, como diz os textos seguintes, mas por incorruptível, por intermédio da palavra do Deus vivente e permanecente. Pois "toda a carne é como a erva, e toda a sua glória é como flor da erva; a erva se resseca e a flor cai, mas a declaração de Jeová permanece para sempre". E Pedro conclui seu raciocínio dizendo: "Ora, esta é a 'declaração', esta que vos foi anunciada como boas novas". - 1 Pedro 1:23-25

Portanto vemos mais uma vez a má colocação do texto. Mas permanece uma questão: A quem os escritores cristãos chamavam de apóstatas?

A revista "A Sentinela de 01/08/1997 páginas 10-11 § 8 sob o tema "Sirva lealmente com a organização de Jeová" diz:

"Ainda assim, Jesus apoiava lealmente a instituição do templo. Desde a infância, assistia às festividades realizadas no templo e muitas vezes ensinava ali... Hoje em dia, a organização terrestre de Deus é muito superior ao sistema judaico com o seu templo. Deve-se admitir que não é perfeita; é por isso que de vez em quando se precisam fazer ajustes. Mas ao mesmo tempo não está permeada de corrupção, nem está Jeová Deus prestes a substituí-la. Nunca devemos permitir que quaisquer imperfeições que percebamos nela nos amargurem ou nos induzam a adotar um espírito crítico e negativo. Em vez disso, imitemos a lealdade de Jesus Cristo. — 1 Pedro 2:21.

A argumentação de que Jesus era leal a instituição do templo, usada neste artigo para validar a lealdade à STV e também que hoje em dia a organização terrestre de Deus - leia-se STV - é muito superior ao sistema judaico com o seu templo, é muita pretensão. Principalmente quando diz "Nunca devemos permitir que quaisquer imperfeições que percebamos nela nos amargurem ou nos induzam a adotar um espírito crítico e negativo."

Jesus Cristo criticava abertamente o sistema fariseu e saduceu que tinha se apropriado indevidamente do canal visível de Deus que existia naquele tempo, o Templo onde o povo oferecia em troca de sua purificação, sacrifícios indicados na lei.

É como o artigo em seu § 12 diz:

"A deslealdade ocorre também em formas mais sutis. Pode até mesmo mascarar-se como lealdade! Por exemplo, os fariseus nos dias de Jesus provavelmente se consideravam muito leais. Mas deixavam de ver a diferença entre ser leal e ser um inflexível aderente a regras de homens, porque eles eram rígidos e muito críticos dos outros. (Note Eclesiastes 7:16.) Neste respeito eram, na realidade, desleais — para com o povo a quem deviam ter servido, para com o espírito da Lei que afirmavam ensinar e para com o próprio Jeová. Jesus, pelo contrário, era leal para com o espírito da Lei, que se baseava no amor. Assim ele edificava e encorajava as pessoas, conforme predito pelas profecias messiânicas. — Isaías 42:3; 50:4; 61:1, 2."

Como vemos, em seus próprios artigos, a STV reconhece a deslealdade destes que diziam ser leais a Deus mas que deixavam de ver a diferença entre ser leal e ser um inflexível aderente a regras de homens.

E continua no § 14:

"De forma similar, os anciãos cristãos e superintendentes viajantes dão atenção aos problemas e aos perigos com que o rebanho se confronta. Sendo pastores leais, eles dão conselhos quando necessário, certificando-se de saber primeiro todos os fatos e baseando cuidadosamente o que dizem na Bíblia e nas publicações da Sociedade. (o grifo é nosso) - (Salmo 119:105; Provérbios 18:13)

Nós os que somos taxados de apóstatas pela STV estamos usando o mesmo senso crítico que Jesus tinha àquela época. Estamos criticando religiosos que deixam de ver a diferença da lei do amor pregada pelo Cristo e que estão sendo desleais com o povo a quem deviam servir, quando em seus ensinos se apegam a dogmas criados por homens que se dizem representantes do Senhor aqui na terra.

Como ser pastor leal defendendo ensinos espúrios que chocam-se flagrantemente com os ensinos do Senhor Jesus e de seu Pai?

O artigo prossegue em seu § 15 dizendo:

"Outra forma sutil de deslealdade é a lealdade mal aplicada. A verdadeira lealdade, no sentido bíblico, não permite que nossa lealdade a Jeová Deus seja subordinada à lealdade a qualquer outra coisa.

Podemos alistar a esta "lealdade a qualquer outra coisa" com a lealdade que a STV impinge aos seus membros com seus ensinos de homens.

Enquanto isso a STV vem com argumentos tendenciosos, chegando até mesmo a dizer em seus ensinos que para agradar a Jeová, precisamos ter discernimento, como o artigo da "A Sentinela" de 15/03/1997 página 16 sob o artigo "Incline seu coração ao discernimento" diz textualmente:

"Para agradar a Jeová, precisamos ter "discernimento em todas as coisas". (2 Timóteo 2:7) O ávido estudo da Bíblia e o acatamento da orientação do espírito e da organização de Deus nos ajudarão a discernir o que fazer quando confrontados com situações que nos podem levar ao caminho errado. Se não pudermos fazer nada de forma teocrática para resolver o problema, temos de esperar com paciência que Jeová remedie a situação. Em vez de desistirmos ou de ficarmos desesperados, devemos ‘esperar por Deus’. — Salmo 42:5, 11".

Como vemos a STV diz que para agradar a Jeová temos de ter discernimento e usa o texto de 2 Timóteo 2:7 mas "este discernimento não pode ser seu e sim só dela" como lemos quando diz que os ávidos devem seguir a orientação da organização para discernir o que fazer quando confrontados com situações que podem levar ao caminho errado.

Quer dizer: Você para saber se algo é errado ou certo tem de perguntar aos anciãos cristãos e superintendentes viajantes que por sua vez recitam a cartilha recebida da STV que mostra os problemas e os perigos que o rebanho poderá se confrontar.

É como diz a revista A Sentinela de 15 de novembro de 1992 página 20 § 8 que as Testemunhas de Jeová têm de ser leais à sua organização e que mistura o desvio de um cristão desta sociedade como se estivesse desviando-se de Deus, e se este abandona a organização é considerado apóstata e que por fazer isso o levará à morte espiritual e a destruição, usando o mesmo artifício que os clérigos que apoiam o inferno de fogo fazem: O Terror.

Mas permanece a pergunta: A quem os escritores cristãos chamavam de apóstatas?

Antes de entrarmos na resposta da pergunta, teçamos mais comentários sobre o que catequiza as TJ´s e como o pretenso "escravo fiel e discreto" faz para manter estas ovelhas silenciosas em seu redil.

Uma das artimanhas usadas pela STV para precionar as "silentslambs" é o apreço que todos nós seres humanos normais sentimos em relação a amizades. Em seu artigo "Tenha Apreço Pela Fraternidade Cristã" na revista A Sentinela de15 de novembro de 1992 à página 20 § 9 ela diz:

"O apreço de coração pelo espírito de companheirismo existente na nossa fraternidade cristã fornece outro incentivo para servirmos a Jeová com lealdade. Na realidade, nossa relação com Deus e Cristo não pode ser espiritualmente sadia sem este espírito. O apóstolo João disse aos cristãos ungidos: "Aquilo que temos visto e ouvido também vos estamos relatando, para que vós também possais ter parceria ["companheirismo", Diaglott] conosco. Além disso, esta parceria nossa é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo. . . . Se fizermos a declaração: ‘Temos parceria com ele’, contudo prosseguirmos andando na escuridão, estamos mentindo e não estamos praticando a verdade." (1 João 1:3-6) Este princípio aplica-se a todos os cristãos, quer sua esperança seja celestial, quer terrestre". e no § 10 arremata: "Manter um espírito de companheirismo exige esforço".

Vejam que lavagem cerebral! O apelo realmente é cruel! Puxa do íntimo de nossos instintos, a necessidade de companheirismo. E vai mais longe quando usa um texto bíblico para realçar suas argumentações, que presunçosamente de seu perfil, incutir nas pessoas de sua organização que se não estiverem em parceria com ela não estarão praticando a verdade.

Realmente exige bastante esforço para aguentar esta artimanhas de lavagem cerebral e continuar nesta organização que não consegue admitir as palavras de Jesus quando os discípulos pretenderam ser contra alguns que não estavam em seu meio: "João disse-lhe: "Instrutor, vimos certo homem expulsar demônios pelo uso de teu nome, e tentamos impedi-lo, porque não nos acompanhava." Mas Jesus disse:

"Não tenteis impedi-lo, porque ninguém há que faça uma obra poderosa à base do meu nome que logo possa injuriar-me; pois quem não é contra nós, é por nós.- Marcos 9:38.

Por estas palavras vemos que Jesus indicava a seus discípulos que não eram apenas eles que seriam seus seguidores. Não haveria uma organização na terra para representá-lo e que pessoas individuais poderiam efetuar obras poderosas em seu nome. O próprio apóstolo para as nações, Paulo, não teve que inicialmente se submeter aos demais apóstolos pois quando se converteu, saiu a pregar a salvação pelo sangue redentor de Nosso Senhor e amo Jesus.

Paulo até mesmo em Filipenses 1:15-18 disse que alguns estavam pregando o Cristo por inveja e rivalidade, mas outros também por boa vontade. Os que pregavam o Cristo por amor e os que pregavam com brigas, e Paulo complementa "E daí? [Nada,] exceto que de toda maneira, quer em fingimento, quer em verdade, Cristo está sendo propalado, e disso me alegro".

Portanto devemos ficar alegres também do Cristo ser pregado como caminho da Salvação, por qualquer um, indiferente de denominação religiosa - mesmo que entre estas denominações hajam falhas humanas.

Agora para os membros do corpo governante das Testemunhas de Jeová, se um membro deixar suas fileiras ou mesmo passar a contestar os ensinos deles e não da bíblia, é considerado apóstata.

O cúmulo é que nesta mesma publicação desta feita no § 12 eles apelam para as palavras de Jesus em João 6:66-69:

"Quando as declarações de Jesus fizeram ‘muitos discípulos ir embora para as coisas deixadas atrás’, ele perguntou a seus apóstolos: "Será que vós também quereis ir?" Pedro respondeu: "Senhor, para quem havemos de ir? Tu tens declarações de vida eterna; e nós cremos e viemos a saber que tu és o Santo de Deus." — João 6:66-69".

E no início do parágrafo apelam para mais uma falácia quando dizem "Sentir-nos-emos impelidos a servir a Jeová com lealdade junto com sua organização se nos lembrarmos de que não há outro lugar onde se possa obter a vida eterna".

Vejam a que ponto podem invalidar a palavra de Deus! Mais uma vez a STV diz a seus adeptos que devem permanecer calados na congregação e que só ela tem declarações de vida eterna. E neste mesmo artigo dizem: "O judaísmo não tinha o favor de Deus, mas Jeová abençoava a organização constituída pelos seguidores do seu Filho — ‘um povo zeloso de obras excelentes’. (Tito 2:14) Esta organização ainda existe..." - vide § 14.

A STV mistura cinicamente a palavra "judaísmo" para diferenciar seus argumentos. Sabemos que o povo de Deus naquela época eram os judeus e que Cristo foi enviado primariamente aos judeus. Como não tinham o favor de Deus?
Daí aplicam mais uma vez um texto aleatório de seus argumentos, pois o texto em questão, Tito 2:14 não se refere a uma organização e sim a um povo porque o texto em sua forma racional deve ser entendido pelo que está escrito a partir do versículo 11 onde se lê:

"Porque se manifestou a benignidade imerecida de Deus, que traz salvação a toda sorte de homens, instruindo-nos a repudiar a impiedade e os desejos mundanos, e a viver com bom juízo, e justiça, e devoção piedosa no meio deste atual sistema de coisas, ao passo que aguardamos a feliz esperança e a gloriosa manifestação do grande Deus e [do] Salvador de nós, Cristo Jesus, que se entregou por nós, a fim de nos livrar de toda sorte de [coisa] que é contra a lei e purificar para si mesmo um povo peculiarmente seu, zeloso de obras excelentes".

Mais adiante no parágrafo 15 diz:

"Nosso coração deve impelir-nos a cooperar com a organização de Jeová, porque sabemos que só ela é dirigida pelo Seu espírito e divulga".

Pretensiosos! Como pode uma organização ser dirigida por Deus, imitar justamente os fariseus dos tempos de Jesus, que com suas mãos pesadas colocavam tanta carga nos ombros do povo? Estas cargas impostas pelos dirigentes maiores da STV são os infindáveis relatórios de serviço de campo, a marcação cerrada sobre seus membros para assistirem 5 reuniões semanais, fora o serviço de campo e outras atividades que cansam tanto o ser humano, que recentemente ouvi de uma irmã, que não estava mais aguentando esta carga e sentia-se sem alegria para servir a Deus. Isso me fez lembrar o texto de 2 Coríntios 3:17 "Ora, Jeová é o Espírito; e onde estiver o espírito de Jeová, ali há liberdade". Como pode ter liberdade este povo? Lembrei-me também do texto de 2 Coríntios 1:24 "Não é que sejamos os amos de vossa fé, mas somos colaboradores para a vossa alegria, porque é pela [vossa] fé que estais em pé".

Realmente aplica-se o texto de Gálatas 2:4 "Mas, por causa dos falsos irmãos, introduzidos quietamente, que entraram furtivamente para espreitar a nossa liberdade, que temos em união com Cristo Jesus, a fim de que nos escravizassem completamente..."

Lembremos-nos do texto de Paulo em 2 Coríntios 13:5 "Persisti em examinar se estais na fé, persisti em provar o que vós mesmos sois".

Mas permanece a pergunta: A quem os escritores cristãos chamavam de apóstatas?

Respondamos então a pergunta e verifiquemos por nós mesmo em nossas bíblias, a quem foi denominado apóstata e o que estes alegavam para serem taxados assim pelos escritores bíblicos do primeiro século.

Atos 21: 21 diz o que as lideranças do judeus falavam a respeito de Paulo: "Mas eles ouviram rumores a respeito de ti, de que tens ensinado a todos os judeus entre as nações uma apostasia contra Moisés, dizendo-lhes que não circuncidem os seus filhos nem andem nos costumes [solenes]" - Paulo era considerado apóstata pelos judeus e se Paulo, seguidor de Jesus era considerado assim, quanto mais eles, os líderes judaicos consideravam a Jesus! - Mas será que tanto Jesus quanto Paulo erram mesmo apóstatas? - No caso de Jesus a bíblia nos mostra que até o seu assassinato, ele cumpria fielmente as palavras da lei mosaica. E quanto a Paulo, o texto seguinte dá uma ideia do que aconteceu: "Faze, portanto, o que te vamos dizer: Há conosco quatro homens que têm um voto sobre si. Toma contigo estes homens e purifica-te cerimonialmente junto com eles, e toma conta das despesas deles, para que se lhes rape a cabeça. E todos saberão assim que não há nada nos rumores que se contavam acerca de ti, mas que estás andando ordeiramente, guardando também tu mesmo a Lei". - Atos 21:23, 24 - Portanto Paulo cumpria também a lei mosaica. O que havia da parte das lideranças dos judeus era a intenção de desmoralizar Paulo perante o povo, para que este não escutasse a Paulo.

A própria enciclopédia da STV "Estudo Perspicaz à página 158 verbete Apostasia diz:

"Este termo em grego (a·po·sta·sí·a) deriva do verbo a·fí·ste·mi, que significa literalmente "apartar-se de".Þ2Te 2:3 n.Ü O substantivo tem o sentido de "deserção, abandono ou rebeldia". (At 21:21 n.) No grego clássico, o substantivo era usado para referir-se à defecção política, e o verbo é evidentemente empregado neste sentido em Atos 5:37 a respeito de Judas, o galileu, que "arrastou" (a·pé·ste·se, forma de a·fí·ste·mi) seguidores. A Septuaginta grega usa o termo em Gênesis 14:4, com referência a uma rebelião assim. No entanto, nas Escrituras Gregas Cristãs, é usado primariamente com respeito à defecção religiosa; um afastamento ou abandono da verdadeira causa, adoração e serviço de Deus, e, portanto, o abandono daquilo que a pessoa antes professava e uma deserção total de princípios ou da fé. Os líderes religiosos de Jerusalém acusaram Paulo de tal apostasia contra a Lei mosaica".

Então, era mesmo Paulo apóstata? Será que ele tinha deixado de acreditar em Deus? Será que ele renegou a lei? Ele mesmo diz em Romanos 3:31 "Abolimos então a lei por meio de nossa fé? Que isso nunca aconteça! Ao contrário, estabelecemos lei". - Portanto Paulo nunca poderia ser julgado apóstata.

Mas que dizer de uma Testemunha de Jeová, que não aceita os ensinos vindo de homens que estão na dianteira da STV e que rejeitam por exemplo o ensino que se deve fazer um relatório obrigatoriamente ao fim do mês, com números indicando sua participação na pregação do Reino de Deus?

Será que poderia ser considerado apóstata por não aceitar as falsas profecias que indicavam o fim em 1914 ou 1975?
Será que à luz da bíblia, poderia ser chamado de apóstata a pessoa que não aceitasse a teoria da separação das ovelhas e cabritos, à época que a STV advogava outro ensino?

Será que poderia ser chamado de apóstata a pessoa que aceitava frações de sangue quando a STV proibia?

Será que poderia ser chamado de apóstata a pessoa que fizesse serviço alternativo às forças armadas de seu país quando a STV proibia?

Será que a pessoa que tem grande fé no sangue precioso de Cristo e na benignidade imerecida que o Poderoso Soberano do universo Jeová nos concede, poderia à luz dos ensinos bíblicos, ser considerada apóstata por ter rejeitado estes vai-e-vem de doutrinas de homens?

A enciclopédia da STV falsamente no verbete Apostasia procura sinuosamente perverter o sentido do significado quando diz:

"Talvez afirmem também servir a Deus, mas rejeitam os representantes dele, Sua organização visível, e depois passam a "espancar" seus anteriores companheiros, para impedir a obra destes. (Ju 8, 11; Num 16:19-21; Mt 24:45-51) Os apóstatas frequentemente procuram fazer de outros seus seguidores. (At 20:30; 2Pe 2:1, 3) Os que assim deliberadamente abandonam a congregação cristã tornam-se deste modo parte do "anticristo". (1Jo 2:18, 19) Assim como se deu com os israelitas apóstatas, também se predisse a destruição dos que apostatam da congregação cristã. — 2Pe 2:1; He 6:4-8"

Além da aplicação de alguns textos ter sido no mínimo infeliz, esta enciclopédia procura mostrar que os que abandonam a STV são considerados "anticristo".

Será que em sã consciência se pode chamar de anticristo quem abandona a STV por causa de seus ensinos que chocam-se de frente com a palavra de Deus? Será que o texto "porque nenhuma mentira se origina da verdade" de 1 João 2:21B não se aplica à STV que subverte a fé de muitos?

A enciclopédia da STV "Estudo Perspicaz à página 146 verbete Anticristo diz:

"Esta palavra significa "contra (ou em lugar de) Cristo". Ela ocorre ao todo cinco vezes, tanto no singular como no plural, todas elas em duas das epístolas de João... as declarações inspiradas de João mostram que o termo é amplo na sua aplicação, abrangendo todos aqueles que negam que "Jesus é o Cristo", e que negam que Jesus é o Filho de Deus que veio "na carne".

Ora se a palavra significa "contra Cristo" e não "contra a STV" então quem sai da STV não é apóstata!

Pois pelo que eu saiba, todos que saem da STV por motivos de consciência, continuam a acreditar que Jesus é nosso Salvador, procuram desenvolver o amor e procuram não colocar cargas nos ombros dos outros assim como o corpo governante da STV faz.

Portanto fica provado que o termo apóstata, usado pela STV é incoerente com as argumentações da Bíblia. O apóstata que a palavra de Deus se refere é o que renega a fé em Jeová e em seu filho Jesus.

Talvez aqui se aplique o texto da própria revista publicada por ela que diz:

"NÃO há lugar para alguém desleal no arranjo de Deus ou do homem. Isto se dá especialmente com os que ocupam cargos de responsabilidade. A Bíblia diz: "O que se procura nos mordomos é que o homem seja achado fiel." — 1 Cor. 4:2". - w75 15/8 493-6

O que vemos na STV é a intolerância religiosa. É a tentativa de desmoralizar os que saem de suas fileiras por verem tantas inverdades serem ensinada como verdade.

E o que mais assusta, é que em seus escritos a STV combate cinicamente e veementemente a intolerância religiosa - mas este assunto fica para uma próxima etapa.

* Os textos bíblicos usados são da Trad. Novo Mundo editada pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados
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