Cartas de Dissociacao de Adriane Gadêlha de Oliveira - INDICETJ.COM Escandalo sobre Testemunhas de Jeova

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CARTA DE DISSOCIAÇÃO

ADRIANE GADÊLHA DE OLIVEIRA
Fortaleza, 25 de outubro de 1998.

Ao Corpo de Anciãos da Congregação Sudeste,


Venho, através desta, comunicar minha saída dessa organização religiosa da Torre de Vigia por ter firme convicção de que seu Corpo Governante não tem qualquer ligação com a vontade de Jeová Deus; que sua maneira de agir não reflete o amor e o perdão que Jesus tanto pregou e sim, as idéias de homens.

Acredito que o verdadeiro cristianismo não pode ser apenas fruto de um programa de intensas atividades em uma obra que culmina em “estudos bíblicos” totalmente comprometidos com o ensino de regras e dogmas que servem para fazer funcionar uma organização que dá exagerada ênfase aos seus dirigentes, (ou seu Corpo Governante), os quais, por vezes, obscurecem a figura do próprio Cristo. (Mat. 23:10-12) Comprovei que essa organização, que luta tanto pela liberdade de expressão onde a obra é proscrita, nega esta mesma liberdade aos seus membros, como se eles não tivessem capacidade nem direito de agir de acordo com suas próprias consciências. Sinto que esta organização, durante todo este tempo, colocou-se como um outro mediador além de Cristo, contradizendo assim a Bíblia. E é essa organização que se diz “a organização de Deus”.

Portanto, considero absurdo o convite para uma comissão de julgamento sem motivos ou provas plausíveis, apenas por ter exercido minha liberdade de expressão. Tais comissões judicativas, na grande maioria dos casos, visam fundamentalmente a “limpeza da organização” e desumanizam quaisquer pretensos apelos de “ajuda amorosa”, pois colocam as pessoas umas contra as outras (mesmo familiares) incentivando-as à delação. A maior prova disso são as próprias táticas de intimidação da Sociedade e a desamorosa tentativa dela de sempre tentar extrair informações de pessoas inocentes que são proibidas de contestar as pretensas “verdades” e “luzes” que o Corpo Governante acende e apaga mesmo que isso signifique prejuízo para muitos. Por que não têm todas as Testemunhas de Jeová o direito à liberdade de expressão e não podem entender por si mesmas a palavra de Deus, “não importando o quanto leiam a Bíblia”? Terá sido a Bíblia escrita para nós, pessoas comuns, ou para um pequeno e pretensioso grupo encarregado de “explicá-la” como diz a Sentinela 01/08/82 - pág. 27:

"A menos que estejamos em contato com este canal de comunicação usado por Deus, não avançaremos na estrada da vida, não importa o quanto leiamos a Bíblia".

Não concordo absolutamente com essa afirmação. Acho que, ao invés de cultivar tal atitude exaltada e enaltecida que tem sido cansativa e exaustivamente repetida em tantas publicações, os 10 atuais membros do Corpo Governante deveriam estimular os cristãos ao que nos recomenda a Bíblia em Atos 17:11 e 2Cor.13:5 "

"Ora, estes últimos eram de mentalidade mais nobre do que os de Tessalônica, pois recebiam a palavra com o maior anelo mental, examinando cuidadosamente as escrituras, cada dia, quanto a se estas coisas eram assim."

"Persisti em examinar se estais na fé, persisti em provar o que vós mesmos sois".

Quero explicitar que tenho convicção de que esta Sociedade (Corpo Governante) tão auto-glorificada e pretensiosa é, para mim, tão falsa do ponto de vista cristão e bíblico quanto as demais que agem de forma igual ao usarem líderes humanos que se colocam como únicos canais usados por Deus. Ademais, não houve nenhuma outra organização, em nenhuma parte do registro bíblico, como esta aqui tratada. Esta “Sociedade” ainda leva maior culpa, pois, além de errar tanto em suas profecias e “entendimentos”, não permite que as pessoas tenham direito de raciocinar, falar o que pensam, ouvir, ler outras publicações ou contestar sua estrutura de poder, obrigando seus adeptos a se comportar como máquinas que não têm vontade própria e a engolir tudo o que ela lhes diz sem questionar como se fossem coisas da “vontade de Deus”, quando são simplesmente de homens. Naturalmente, enxergo claramente que tal comportamento doentio é produto da mente de líderes escravizados a conceitos errôneos e regras, como o eram os fariseus. São critérios de homens que falam pretensiosa e impunemente sobre assuntos que caberiam apenas a cada cristão ponderar e tentar fazer a melhor escolha de acordo com suas próprias consciências.

Quando criticam os padres por causa de seus confessionários humanos, estão hipocritamente repetindo os erros deles com dupla culpa: 01. Por repetir o erro de obrigar as pessoas a confissões antibíblicas diante de pessoas não autorizadas por Deus. 02. Por adicionar julgamentos pesados a "disciplinas” (penitências) rígidas que não têm registro na Palavra de Deus, como a “Desassociação”, etc.

As comissões judicativas têm causado a perda da dignidade humana de muitos que são instados a relatar assuntos pessoais e de sua privacidade. Isto tem provocado grande drama emocional e angústia mental para tais pessoas que supostamente são “ajudadas”.

Sei que vou errar sempre devido a minha imperfeição humana, mas terei “um ajudador” melhor do que esta organização legalista e inflexível. E é por estar ciente da natureza pecaminosa de todos os humanos que irei sempre confiar em meu Deus de quem Seu servo Davi declarou no Salmo 19:12-14:

“Enganos – quem pode discernir? Declara-me inocente de pecados escondidos. Refreia também teu servo de atos presunçosos; não deixes que me dominem. Neste caso serei completo e terei permanecido inocente de muita transgressão. As declarações de minha boca e a meditação de meu coração, tornem-se elas agradáveis diante de ti, ó Jeová, minha Rocha e meu Redentor.”


Sinceramente,

Adriane Gadêlha Oliveira


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