Comentários ao livro Viva Tendo em Mente o Dia de Jeová - INDICETJ.COM - Escandalo sobre as Testemunhas de Jeova

Ex-Testemunha de Jeová
publica mais de 1.000 artigos críticos!
Ir para o conteúdo
1
2
3
4
5
6


COMENTÁRIOS AO LIVRO "VIVA TENDO EM MENTE O DIA DE JEOVÁ"
Percy Haring
extestemunhasdejeova@yahoo.com.br, 01-10-2006
Como acontece todos os anos, a organização das Testemunhas de Jeová programou uma série de congressos de distrito, no mundo todo, desta vez com o tema: “Aproxima-se o Livramento!”.

congresso de distrito das testemunhas de jeová

Um dos momentos aguardados com bastante ansiedade pelos congressistas são os lançamentos de publicações do “escravo fiel e discreto”. Quando tais publicações são apresentadas à assistência,  provoca-se grande emoção e salva de palmas. Em 2006 foi lançado o livro de 191 páginas: “VIVA TENDO EM MENTE O DIA DE JEOVÁ”.

Análise de alguns capítulos
CAPÍTULO TRÊS
O DIA DE JEOVÁ – UM ASSUNTO VITAL
Páginas 29 a 41

Parágrafo 14: "No entanto, a profecia de Joel e outras a respeito do dia de Jeová ainda terão um cumprimento final, que diz respeito a nós que vivemos no século 21. ..."

Parágrafo 15: "... Isso nos ajuda a determinar quando ocorrerá o dia de Jeová. Será no futuro próximo."

Comentários: O leitor atento notará pela combinação das duas frases o seguinte: por um lado, a STV continua insistindo na iminência do fim, mas ao mesmo tempo transmite a idéia de que esse fim pode ocorrer em qualquer período dentro do século 21 – pelo menos mais uns 94 anos à frente! Para quem chegou a afirmar que o fim viria antes de terminar o século 20, seria esta uma retratação ou não passa de um ajuste muito cômodo para a organização?



Parágrafo 20: "Se você tiver essa atitude de espera, dará evidências de que está preparado, na expectativa do dia de Jeová. Não estará preocupado com a data em que esse dia virá, ou há quanto tempo o espera. Todas as profecias sobre esse dia se cumprirão no tempo marcado por Jeová, sem nenhum atraso. Jeová disse a Habacuque: “A visão ainda é para o tempo designado e prossegue arfando até o fim, e não mentirá. Ainda que se demore [do ponto de vista humano], continua na expectativa dela; pois cumprir-se-á sem falta. Não tardará [do ponto de vista de Jeová].” – Habacuque 2:3.

Comentários: É curioso como aqui, a organização exorta seus membros a conter a ansiedade, sendo que ela mesma tem todo um histórico de expectativas equivocadas, girando em torno de datas que se mostraram indevidas. É um conselho de quem não o seguiu.

Chama a atenção também outro ponto: alguns dos chamados “opositores” pela STV,  já expuseram a tese de que os “últimos dias” mencionados nas Escrituras, devem ter tido seu começo por volta do 1º século EC, possivelmente após o Pentecostes, de 33 EC. Sustentam que apesar de já se terem passado mais de 1.900 anos desde então (longo, do ponto de vista humano), é um período relativamente curto do ponto de vista de Deus, para quem mil anos é como um só dia. Será que a STV, aos poucos, está aderindo a esta interpretação dos  “opositores”?



CAPÍTULO CINCO
‘PROCURE A JEOVÁ’  PRATICANDO A ADORAÇÃO QUE ELE APROVA
Páginas 56 a 69

Parágrafo 3: "Naqueles dias, o povo de Deus afirmava que adorava a Jeová do modo como ele aprovava. No entanto, muitos deles serviam a deuses pagãos, como o cananeu Baal e as imagens de bezerro, ou ofereciam sacrifícios nos altos. Curvavam-se diante do “exército dos céus” e, ao mesmo tempo, faziam votos a Jeová. Assim, o Deus verdadeiro enviou profetas para exortar o povo a retornar a ele por meio da adoração pura. (2 Reis 17:7-17; 21:3; Amós 5:26) É evidente, portanto, que mesmo entre os servos dedicados de Deus pode haver aspectos que necessitem de atenção – ações ou atitudes que devem ser examinadas para se ter certeza de que refletem a adoração que Jeová aprova."

Comentários: Como é fácil para a organização TJ, que se auto-intitula “o povo de Deus” da atualidade, ser complacente para com seus “aspectos que necessitem de atenção”, ao passo que não perdem oportunidade de criticar qualquer “aspecto” que julguem errado nas demais religiões do mundo.



Parágrafo 22: "... Embora não vivamos nos dias de Sofonias e Josias, entendemos a necessidade de dar ouvidos às mensagens e aos conselhos de Deus hoje em dia. Assim, se um cristão sente no coração a necessidade de ajustar seu modo de vida ou sua adoração, um estudo dos 12 profetas pode despertá-lo à ação. – Hebreus 2:1."

Parágrafo 23: "... Se você vê a necessidade de fortalecer sua relação com Jeová, os anciãos na sua congregação terão prazer em ajudá-lo."

Comentários: Muitos que seguiram o conselho acima, estão hoje afastados, dissociados ou desassociados por “apostasia”. O fato é que a direção central da organização TJ não tolera quaisquer discordâncias com as normas e ensinos oficiais. Não importa quão sinceras sejam as conclusões bíblicas que um cristão chegue, será apenas “seu pensamento”, “suas idéias”.  Além de ter de carregar o insultante termo “apóstata”, arbitrariamente atribuído pela anterior religião, tal pessoa não poderá esperar receber nem um simples cumprimento de seus anteriores “amigos” de fé. É o preço a ser pago por um cristão que sente no coração a necessidade de ajustar seu modo de vida ou sua adoração para fortalecer sua relação com Jeová.



CAPÍTULO SEIS
“HAJA TANTA JUSTIÇA COMO AS ÁGUAS DE UMA ENCHENTE”
- UMA CHAVE PARA CONHECER A DEUS
Páginas 70 a 82

Parágrafo 20: "... Os anciãos cristãos precisam ter em mente as verdades e as indicações bíblicas a respeito do modo de pensar de Jeová. Devem basear suas decisões nelas, em vez de em meras opiniões pessoais ou no que se poderia chamar de intuição. A Bíblia mostra que podem surgir casos difíceis que exigem mais tempo para preparação, sendo preciso pesquisar a Bíblia e buscar os sábios conselhos nas publicações da classe do escravo fiel e discreto..."

Comentários: Uma amostra dos conselhos nas publicações da classe do escravo fiel e discreto que o ancião vai encontrar é isso:

“Se um cristão batizado abandona os ensinamentos de Jeová, conforme apresentados pelo escravo fiel e discreto e persiste em crer em outra doutrina ... ele está apostatando.” - Carta  a todos os Superintendentes de Circuito e Distrito – SCG:SSF de 1/09/80, & 6 (em inglês)

Vemos assim, que a organização TJ tem uma definição muito particular de ‘apostasia’, ou seja, abandonar os ensinos apresentados pelo “escravo fiel e discreto” é igual a abandonar os ensinos de Jeová. Como se tudo o que o “escravo” ensinasse sempre fosse a verdade, vinda do próprio Deus! Com um “conselho” desses em mente, os anciãos não vão achar nenhum ‘caso difícil’ demais para ser julgado. E qualquer um que ousar discordar da direção central, será dissociado por “apostasia”.



CAPÍTULO NOVE
TRATE OS OUTROS COMO DEUS DESEJA QUE OS TRATEMOS
Páginas 111 a 123

Parágrafo 5: "Deus obviamente não aprovou o modo como os edomitas trataram seus irmãos judeus. Mas pode-se perguntar: ‘Como Deus avaliaria o modo como eu trato meus irmãos?’  Algo a pensar é como encaramos e tratamos um irmão quando há desacordos. ... Essa atitude poderá influir nas suas relações com esse irmão; poderá tratá-lo com frieza, evitar sua companhia ou falar mal dele..."

Comentários: Já se comentou muitas vezes, que não há saída honrosa da organização TJ. O tratamento dispensado àqueles que se dissociam por motivos de consciência, é igual ao dado àqueles que são expulsos por homicídio, fornicação, adultério, etc. Os “irmãos” não podem mais falar com tal pessoa, nem ao menos cumprimentá-la. Amizades de décadas transformam-se num frio sentimento de repúdio, como se aquele que se afastou da organização tivesse agora uma doença contagiosa. A pergunta no parágrafo acima, bem que poderia ser: ‘Como Deus avaliaria o modo como eu trato meus anteriores irmãos?’



Parágrafo 9: "Quem de nós nunca disse ou fez algo maldoso que depois teve que se explicar? Provavelmente nos sentimos constrangidos ou um tanto culpados. Esses sentimentos podem levar a pessoa a negar o que fez ou a dar uma “explicação” que deturpa a verdade a fim de desculpar o erro ou fazê-lo parecer correto. Ou numa situação embaraçosa talvez sejamos tentados a ocultar certos detalhes para minimizar o erro. Assim, o que dizemos talvez seja essencialmente verdade, mas passa uma impressão bem diferente. Embora não seja uma mentira flagrante, que é comum no mundo de hoje, será que agir assim é realmente  ‘falar a verdade cada um com o seu próximo’, ou irmão? (Efésios 4:15, 25; 1 Timóteo 4:1, 2) Quando um cristão diz coisas que no íntimo ele sabe que induz irmãos a uma conclusão errada, ou a crer em algo que realmente não é verdade ou exato, como você acha que Deus encara isso?

Comentários: É, como será que Deus encara isso? Principalmente da parte de alguém que diz representá-LO? Este parágrafo faz lembrar o caso da associação da STV com a ONU, por meio de uma ONG no período de 1992-2001. Ela se associou com a “fera cor de escarlate” por 10 anos! Se, nesse período, perguntasse para qualquer TJ se ele tinha conhecimento desse fato, pouquíssimos saberiam. Talvez só uns poucos diretamente ligados à direção central. E o que fez a organização quando o assunto veio à tona? Bem, leia novamente o parágrafo 9 acima e tente, quem sabe, entendê-lo como uma retração disfarçada.     



Parágrafo 14: "... A nordeste ficava a Assíria, com sua capital Nínive, sobre a qual Naum escreveu:  “Ai da cidade de derramamento de sangue. Ela está cheia de impostura e de roubo. A presa não se afasta!” (Naum 3:1) Os assírios eram conhecidos por sua agressividade na guerra e crueldade com que tratavam os prisioneiros de guerra – alguns eram queimados ou esfolados vivos, outros eram cegados ou se lhes decepavam o nariz, as orelhas ou os dedos. ..."

Nota de rodapé: "'... O Museu Britânico expõe painéis de parede de Calá, a respeito dos quais lemos:  “Assurnasirpal não poupou detalhes da ferocidade e brutalidade de suas campanhas. Os prisioneiros eram pendurados em postes ou cravados em estacas junto às muralhas de cidades sitiadas...; rapazes e moças eram esfolados vivos.' – Archaeology of the Bible."



Parágrafo 19: "... Em certos países, muitos assistem a filmes e fitas de vídeo com enredos de guerra ou artes marciais. Como desculpa talvez se diga que se trata de história ou de amostra do passado cultural do país, mas será que isso torna a violência mais aceitável? - Provérbios 4:17."

Comentários: A combinação dos parágrafos 14 e 19 apresenta uma aparente contradição. De fato, ver, ler e escutar são sentidos que podem influenciar uma pessoa. Por um lado, a organização tenta desestimular seus adeptos a assistir filmes e fitas que destacam a violência. Nem a desculpa de “que se trata de história ou de amostra do passado cultural do país” é aceita. Mas, ela mesma não vê nada de mais em citar em seus livros e revistas, com detalhes, violências cometidas no passado por nações como a Assíria, por exemplo. Será que isso torna a violência mais aceitável?



CAPÍTULO DEZ
CONTRIBUA PARA UMA VIDA FAMILIAR QUE AGRADA A DEUS
Páginas 124 a 137

Parágrafo 14: "... Nesse dia de prestação de contas, as crianças (os galhos) serão tratadas com justiça segundo a avaliação que Jeová fizer dos pais (as raízes), que são responsáveis pelos filhos pequenos. (Isaías 37:31) O modo de vida dos pais pode decidir o futuro de seus filhos pequenos, para o bem ou para o mal. (Oséias 13:16) Se você (a raiz), não estiver mantendo uma boa posição perante Jeová, o que poderá acontecer com seus filhos pequenos (os galhos) no dia de Sua fúria? (Sofonias 1:14-18; Efésios 6:4; Filipenses 2:12) Por outro lado, seus esforços fiéis de ter a aprovação de Deus poderão beneficiá-los. – 1 Coríntios 7:14."

Comentários: Frases como: "manter uma boa posição perante Jeová" ou "esforços fiéis de ter a aprovação de Deus", embora aparentemente louváveis, só fazem sentido dentro da organização TJ para aqueles que são associados aprovados. Sem o vínculo com a organização, nenhum esforço dos pais em amar a Deus e ao próximo e incutir esses valores nos filhos é meritório. No dia de prestação de contas, todos (pais e filhos) serão condenados. Esse é o ensino “amoroso”  que é transmitido aqui. Felizmente, o que contará mesmo, é a avaliação de Deus e Seu Filho, não a avaliação duma organização religiosa.



CAPÍTULO ONZE
JEOVÁ DESEJA QUE AS PESSOAS GANHEM A VIDA ETERNA
– VOCÊ TAMBÉM?
Páginas 139 a 151

Parágrafo 14: "E quando um irmão comete um pecado grave e não se arrepende e precisa ser expulso da congregação? ... Nesses casos, os leais na congregação aceitam a norma bíblica de não se associar com os que foram expulsos. A sua lealdade a Jeová pode ajudar o transgressor a ver a seriedade de seu erro, e talvez movê-lo ao arrependimento."

Comentários: A experiência dentro da organização TJ mostra que em alguns casos o que é digo acima acontece: pessoas expulsas da congregação por imoralidade, mau uso do fumo, mau uso de bebidas alcoólicas, acabam voltando. Nesses casos, a norma da desassociação e o tratamento dado aos expulsos tem o efeito de fazer alguns retornar. O que se questiona, é se essa norma é realmente bíblica como querem fazer parecer. Na verdade, mesmo para os “pecados” mencionados, não se justifica tratar a pessoa de forma fria e desamorosa. Parar de associar, no sentido de ter um convívio íntimo com tal pessoa, parece ser o proceder mais próximo ao espírito do conselho bíblico. (Compare 1 Coríntios 5:11 onde aparece a expressão “cesseis de ter convivência com”,  com 2 Tessalonicenses 3:14 que diz  “parai de associar-vos com”. Literalmente o sentido é  “não vos mistureis com”, conforme Nota de Rodapé da Rbi8 (TNM com Referências).



CAPÍTULO DOZE
‘CONTINUE NA EXPECTATIVA’
Páginas 152 a 164

Parágrafo 7: "Os servos de Deus nos tempos modernos estavam na expectativa antes de o Reino de Deus ter sido estabelecido no céu em 1914, e têm estado assim desde então. A sua expectativa certamente não tem sido sinônimo de indolência. Ao contrário, eles têm-se mantido ativos na obra de testemunho que Deus lhes confiou. (Atos 1:8) Mas pense no seguinte: se o grande dia de Jeová tivesse ocorrido em 1914, qual teria sido sua situação? Mesmo se tivesse ocorrido 40 anos atrás, você era naquele tempo uma pessoa de  ‘atos santos de conduta e ações de devoção piedosa’? (2 Pedro 3:11) E que dizer de seus familiares que são Testemunhas de Jeová e de seus amigos na congregação? Obviamente, esse período de expectativa abriu para você e muitos outros o caminho da salvação, como mostra 2 Pedro 3:9. O fato de Jeová não ter destruído o inteiro sistema perverso logo após o estabelecimento do Reino tem permitido que muitos se arrependam, assim como os ninivitas se arrependeram e foram poupados."

Comentários: O número de TJ no mundo hoje está em torno de 6,3 milhões. Isso representa praticamente 100% de todos os que foram batizados entre os anos de serviço de 1980 a 2005 (6,6 milhões). Ou seja, pode-se dizer a grosso modo que quem é TJ hoje, não o era há 26 anos atrás. Se o “sistema perverso” tivesse sido destruído há “40 anos atrás”, praticamente nenhuma TJ viva hoje, teria se “arrependido” e entrado no “caminho da salvação”.

Deixando os números organizacionais de lado, o fato é que, independentemente da religião que a pessoa professe, ou quão na “expectativa” esteja do  “grande dia de Jeová”, esse dia virá somente ‘no tempo e época que Deus colocou sob Sua própria jurisdição’ (Atos 1:7). E, para os cristãos, o “caminho da salvação” está aberto a todo aquele que depositar fé no sacrifício de Jesus.



Parágrafo 14: "Na nossa posição vantajosa na corrente do tempo, e com tantas profecias bíblicas cumpridas, temos ainda mais motivos para fica alertas, prontos, na expectativa. Mas que dizer se já estamos na expectativa há muito tempo, talvez há décadas? No passado nos esforçávamos no ministério e tomávamos decisões pessoais que refletiam a nossa convicção de que o dia de Jeová não estava muito distante. Mas esse dia ainda não veio. Como está o nosso senso de expectativa?"

Parágrafo 15: "... Um cristão, que em anos passados pensava e agia de um modo que refletia seu senso de expectativa, talvez comece a empenhar-se em ter uma casa ou um carro mais luxuoso, roupas da última moda, cosméticos e jóias caras, vinhos ou alimentos seletos. A Bíblia em nenhuma parte sugere que devamos ser ascetas, ou privar-nos de prazeres razoáveis. O homem diligente deve  ‘comer, beber e ver o que é bom por todo o seu trabalho árduo”. (Eclesiastes 3:13) No entanto, o perigo é o cristão interessar-se cada vez mais por comida, bebida e aparência pessoal. (1 Pedro 3:3)"

   Comentários: “Tomávamos decisões pessoais”,  “pensava e agia...”. Essas frases dão a impressão ao leitor mal informado, que uma TJ pode pensar, agir e tomar decisões pessoais, sem levar em conta as normas e ensinos da organização e sem nenhum prejuízo para sua posição como membro aprovado. Ao contrário, todas as ações de um TJ é precedida pelas perguntas: O que pensa “o escravo fiel e discreto” sobre esse assunto? Qual é a orientação da organização? E por aí ele segue. Isso se reflete, por exemplo, na constante ênfase que a STV coloca na proximidade do “fim” e na necessidade de se ficar na “expectativa”. No passado, muitos deixaram de “empenhar-se em ter uma casa ou um carro ..., roupas, cosméticos e jóias, vinhos ou alimentos”, porque a organização desestimulou isso. Até hoje, o uso de adjetivos como: “luxuoso”, “última moda”, “caras”, “seletos”, para “casa”, “carro”, “cosméticos”, “vinhos” e “alimentos”, não passa de um artifício astuto para condenar prazeres ou necessidades razoáveis. Reparem a astuta argumentação: “o perigo é o cristão interessar-se cada vez mais por comida, bebida e aparência pessoal”.  Perigo de quê? Que estranho medo é esse que a organização tem de que seus membros levem uma vida mais confortável?

Enquanto a organização mantém seus adeptos sufocados na “expectativa” do fim, ela mesma continua a ampliar, construir e dedicar dezenas e dezenas de filiais e congêneres no mundo todo, muito luxuosos, por sinal.



Parágrafo 16: "Um enfraquecimento de nossa expectativa do grande dia de Jeová pode-se revelar nos conselhos que damos aos nossos filhos ou a outros. O cristão talvez raciocine: ‘Eu decidi não seguir uma carreira acadêmica ou profissional porque achava que o fim viria logo. Mas agora faço questão que meus filhos estudem o necessário para ter uma vida bem confortável’. É possível que nos dias de Oséias alguns também pensassem assim. Nesse caso, será que os conselhos dos pais enfocando um estilo de vida ‘farto’  teriam sido nos melhores interesses dos filhos? E se os filhos naquele tempo realmente tivessem dado prioridade a um modo de vida ‘farto’, ou bem confortável, qual teria sido a situação deles em 740 AEC, quando Samaria caiu diante dos assírios? – Oséias 13:16; Sofonias 1: 12, 13.

Comentários: Este parágrafo é um exemplo do que foi afirmado nos comentários anteriores: o cristão TJ não pode raciocinar por conta própria. Ele até “talvez raciocine”, mas logo é censurado implicitamente, como se pode observar aqui na astuta argumentação da organização. Aí, para não ter de ser visto como alguém que está tendo um ‘enfraquecimento de sua expectativa do grande dia de Jeová’, ele seguirá a orientação da STV.



CAPÍTULO TREZE
“PROCLAMAI ISTO ENTRE AS NAÇÕES”
Páginas 165 a 178

Parágrafo 4: "Veja o assunto de outro ângulo. Jeová Deus falou ao profeta Joel sobre um tempo em que toda sorte de pessoas profetizariam, por assim dizer. Ele disse: “Depois terá de acontecer que derramarei meu espírito sobre toda sorte de carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão. Quanto aos vossos homens idosos, terão sonhos. Quanto aos vossos jovens, terão visões.” (Joel 2:28-32) No Pentecostes de 33 EC, o apóstolo Pedro aplicou esse texto ao derramamento do espírito santo sobre os que estavam reunidos num sobrado em Jerusalém e à pregação das “coisas magníficas de Deus” que realizaram em seguida. (Atos 1:12-14; 2:1-4, 11, 14-21) Considere agora os nossos dias. O cumprimento principal da profecia de Joel tem acontecido desde o começo do século 20. Cristãos ungidos pelo espírito – homens e mulheres, jovens e idosos – passaram a “profetizar” isto é, a declarar “as coisas magníficas de Deus”, como as boas novas do Reino, agora já estabelecido no céu."

Comentários: A falta de modéstia da direção central da STV, através seu “escravo fiel e discreto”, é, aqui, impressionante. Na tentativa de interpretar passagens bíblicas, como no caso a profecia de Joel, capítulo 2, vão ao ponto de publicar para quem quiser ler que, “o cumprimento principal da profecia de Joel tem acontecido desde o começo do século 20”. Ou seja, a aplicação feita pelo apóstolo Pedro, para acontecimentos lá no 1º século, registrados claramente na bíblia (Atos, cap. 1-2), são secundários em relação ao cumprimento principal pretendido pelo “escravo fiel e discreto”.

Outra falta de modéstia se nota na auto-designação como profetas. Note a declaração: “Cristãos ungidos pelo espírito – homens e mulheres, jovens e idosos – passaram a  'profetizar' isto é, a declarar  'as coisas magníficas de Deus', como as boas novas do Reino, agora já estabelecido no céu.”

A situação aqui é ainda mais séria, uma vez que um verdadeiro profeta de Deus jamais pode falar algo que não se cumpra. Ele seria um falso profeta. Este é um dos motivos que levam a direção central da organização TJ a sustentar que o Reino de Deus foi estabelecido no céu em 1914 EC, baseados num cálculo de 2.520 anos desde 607 AEC, data esta apontada como o ano da destruição de Jerusalém, apesar de todas as evidências históricas indicarem o ano 587/586 AEC.  Resta ver até quando conseguirão sustentar isso.



CAPÍTULO CATORZE
“UMA BÊNÇÃO ATÉ QUE NÃO HAJA MAIS NECESSIDADE”
Páginas 179 a 191

Parágrafo 4: "O cumprimento de profecias bíblicas confirma que em 1914 Jesus Cristo foi empossado  como Rei do Reino celestial de Jeová. Veio então o tempo para Jesus identificar um grupo de cristãos que merecia a aprovação divina. Quem passaria no teste de pureza espiritual?"

Comentários: A obsessão em querer encaixar um cumprimento moderno a cada evento bíblico do passado, compromete cada vez mais a organização TJ e seus ensinos divulgados como “verdade atual”. Assim, o relato lá do 1º século sobre a visita de Jesus ao templo em Jerusalém, cerca de 3 anos e meio após seu batismo e “unção” como rei e a “inspeção” que fez no templo, precisava agora ser encaixada no “cumprimento principal”. Seguindo este raciocínio: “quem passaria no teste de pureza espiritual?”



Parágrafo 5: "... Jeová veio a um templo espiritual, o arranjo que permite aos humanos se aproximarem de Deus e adorá-lo à base do sacrifício resgatador de Jesus. (Hebreus 9:2-10, 23-28) As religiões da cristandade certamente não constituíam esse templo espiritual, pois faziam parte de um sistema religioso culpado de derramamento de sangue e de meretrício espiritual, um sistema que promovia ensinos falsos em vez de a adoração pura. ... Mas depois que o Reino de Deus foi estabelecido, havia um grupo de cristãos verdadeiros que servia nos pátios do templo espiritual de Deus e foi leal a ele sob severas provas. Não obstante, mesmo esses ungidos precisavam de certa purificação."

Parágrafo 6: "De acordo com sólidas evidências disponíveis, de 1918 em diante Jeová realizou a necessária purificação dos cristãos ungidos, com respeito à sua adoração, costumes e doutrinas."

Comentários: Quantas TJ estariam dispostas a analisar as “sólidas evidências disponíveis” para checar as argumentações pró-organização e contra o “sistema religioso” existente na época da suposta inspeção ocorrida entre 1918-1919?

Quantas TJ teriam a sinceridade de comparar não só as alegações da STV, mas também as de outras fontes? Poucas fariam isso, mesmo porque teriam de recorrer a fontes de informações consideradas “apóstatas” pela organização. E aí o sentimento de lealdade àquela  organização humana, como se fosse lealdade ao próprio Deus, as inibiria de prosseguir com qualquer análise crítica.

Este “endeusamento” à organização continuará impedindo que muitos façam qualquer questionamento sério. E aqueles que o fizerem, serão sumariamente excluídos.



Parágrafo 11: "Talvez tenha observado que o povo de Deus recebeu essa bênção, conforme refletida nos espantosos aumentos numéricos que as Testemunhas de Jeová têm tido desde o início do século 20 até hoje."

Comentários: É comum a STV usar o argumento dos “espantosos aumentos numéricos” para afirmar que “o povo de Deus” (leia-se: as Testemunhas de Jeová), possuem Sua bênção. Se este argumento fosse válido, legítimo, não deveria valer também para qualquer outra denominação religiosa? Dados amplamente reconhecidos indicam “espantosos aumentos  numéricos” em várias seitas e organizações religiosas no mundo todo. Como explicar isso? É também evidência da bênção de Deus? Claro que na visão da organização TJ este argumento não é válido.

Por outro lado, uma análise dos números da própria organização TJ nos últimos 26 anos apresenta para a liderança um quadro preocupante.

Observe as estatísticas abaixo:
1979 até 2005
Batizados
Notas:
a) Mortes: foi considerado o falecimento de 1% dos publicadores, ao ano;
b) Considerou-se que na média de publicadores oficial, 80% eram batizados e 20% não-batizados.

Conclusão:

Nota-se que num período de 26 anos, mais de 2 milhões de pessoas deixaram de entregar relatórios de atividades para a STV, por diversos motivos, entre os quais:

► inatividade (a partir de seis meses consecutivos sem relatar horas gastas na evangelização, etc.)

► desassociação (expulsão)

► dissociação (afastamento oficial voluntário)
CURIOSIDADES


JEOVÁ E JESUS
Ao passo que o nome Jeová ocorre por cerca de 817 vezes em todo o livro, o nome de Seu Filho, Jesus Cristo, aparece apenas em cerca de 46 oportunidades. Mesmo que os números citados não sejam absolutamente exatos, são muito próximos das efetivas ocorrências. Chama a atenção o fato deste livro trazer mensagens de 12 profetas do passado, mas aplicar tão poucas passagens ao Cristo, Jesus. O livro bíblico de Atos, capítulo 10:42, 43 coloca as coisas na perspectiva correta:

“... Este é o decretado por Deus para ser juiz dos vivos e dos mortos. 43 Dele é que todos os profetas dão testemunho, de que todo aquele que deposita fé nele recebe perdão de pecados por intermédio de seu nome.”



POVO DE DEUS
As Testemunhas de Jeová  se apropriaram dessa expressão para referir-se a sua própria organização. Ela é usada extensivamente neste livro. Veja as ocorrências, com algumas variáveis:

34 VEZES → POVO DE DEUS

05 VEZES → POVO DE JEOVÁ

04 VEZES → SERVOS DE JEOVÁ

03 VEZES → SERVOS DE DEUS

03 VEZES → ADORADOR DE JEOVÁ
_________________________________________

49 VEZES É O TOTAL

Em conjunto, essas expressões ocorrem mais vezes do que a própria referência a Jesus, o Salvador do povo de Deus.


A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM
A organização TJ continua sustentando o ano 607 AEC para a destruição de Jerusalém pelos babilônios, apesar de todas as evidências históricas indicarem o ano 587/586 AEC (ou seja, 20 anos depois). Veja em que páginas estão as 10 ocorrências da data 607 AEC ao longo do livro:

Páginas: 15, 21, 25, 36, 53, 135, 144, 153, 162,

154 – Nessa página chegam a afirmar: “E você sabe: o que eles esperavam se tornou fato histórico em 607 AEC”. (grifo acrescentado)
LIBERTOS!
Participe! Envie seu artigo para indicetj@yahoo.com
O INDICETJ.COM não comercializa publicações, filmes ou qualquer outro tipo de arquivo.

Voltar para o conteúdo