KONRAD FRANKE REVELA FATOS EMBARAÇOSOS PARA AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
M. James Penton
Konrad Franke, que posteriormente [de 1955 a 1969, segundo a Sentinela de 1.º de maio de 1997, p. 25] foi diretor da filial das Testemunhas de Jeová (Watch Tower Society) na Alemanha, estava presente na convenção das Testemunhas em Berlim, em 26 de Junho de 1933. Em 1976, Franke deu uma série de conferências divididas em duas partes (com a duração total de cerca de três horas) em muitos lugares por toda a Alemanha Ocidental (ex-República Federal Alemã). O título destas conferências era "A História das Testemunhas de Jeová na Alemanha." Significativamente, essas conferências contêm informação acerca da convenção de Berlim em 1933 que nunca foi publicada pela Watch Tower Society. Essas conferências foram gravadas e integralmente transcritas. O texto que se segue é uma tradução para português da tradução inglesa de comentários que constam dessa transcrição:
"... Portanto, no último momento fomos convidados para uma assembléia especial na Prússia, em Berlim, [a ser realizada] no Tennis Hall, onde deveria ser apresentada uma "Declaração." Muitos estavam agora impossibilitados de vir [à convenção], mas eu tive o privilégio de viajar com o Irmão Albert Wandres de Wiesbaden para Berlim, numa motorizada, através de chuva torrencial. Isso não nos incomodou muito, mas ficamos chocados quando chegamos ao Tennis Hall na manhã seguinte e não encontramos a atmosfera que era normal encontrar nas convenções [das TJ]. Quando entramos, vimos o Hall enfeitado com bandeiras Suásticas! Mas não só isso: quando a reunião começou, foi precedida por uma canção que nós já não cantávamos há muitos anos, especialmente na Alemanha, devido à melodia. Embora não houvesse problema com a letra -- bem, os músicos que estão aqui reconhecerão que as notas eram [retiradas] da melodia de "Deutschland, Deutschland, über alles"! ["Alemanha, Alemanha, sobre tudo." Era o hino nacional alemão.]"Conseguem imaginar como nos sentimos? Muitos não podiam cantar; era exatamente como se alguém os estivesse a estrangular. Que espécie de líderes tínhamos nós, que nos trouxeram [para] tais perigos -- e o perigo de hesitar ou balbuciar nestas circunstâncias -- em vez de nos ajudarem e apoiarem, de modo que pudéssemos tomar uma posição destemida [contra o Nazismo]. Que todos os anciãos que estão aqui entre nós [a escutar esta conferência] possam aprender alguma coisa destes exemplos, e que reconheçam as suas responsabilidades em tais assuntos no futuro próximo."Nesse momento a Declaração que o Irmão Rutherford tinha preparado foi aprovada e todas as pessoas [presentes] receberam instruções para levarem 250 cópias para casa, se lhes fosse possível. Se depois disso tivessem a coragem para tanto, deveriam enviar cópias dessa declaração por carta registada a juizes, advogados, mayors (presidentes de câmara), etc."Nessa ocasião, eu enviei cinqüenta e duas cartas registadas [com a declaração], e o resultado foi que poucos dias depois eu estava num campo de concentração pela primeira vez, quando muitas pessoas não tinham qualquer idéia sobre o que era um campo de concentração."