O APARTAMENTO LUXUOSO
DE NATHAN H. KNNOR EM BETEL
Joan Cetnar
Frequentemente, problemas entre a liderança da Sociedade [Torre de Vigia] e os seus subordinados eram trazidos para o refeitório. O Presidente Knorr usou a sua posição no lugar principal da mesa (com microfone) para castigar aqueles com quem tinha divergências. Um desses conflitos era óbvio entre o Presidente Knorr e Colin Quakenbush, que era o editor da [revista] Awake! [Despertai!] naquele tempo. O resultado desta divisão foi um número de repreensões verbais no refeitório e a posterior remoção de Colin da sua posição como editor e também a sua remoção da lista de oradores de Betel. Foi-lhe dado trabalho manual árduo na fábrica. Mais tarde ele saiu de Betel.
Foi, e ainda é, um facto muito publicitado que todas as pessoas em Betel, incluindo o presidente da Sociedade Torre de Vigia, só recebem alojamento, alimentação e 14 dólares por mês [naquele tempo]. No entanto, o que não se explicava é como o presidente conseguia esticar o seu dinheiro para manter um Cadillac, viajar pelo mundo, levar pessoas aos restaurantes mais caros, e assistir aos espectáculos na Broadway. Na verdade, há pessoas que lhe dão dinheiro pessoalmente e ele usa a sua conta de despesas para viajar em primeira classe.
Também era óbvio que havia uma grande diferença de nível de vida entre o apartamento luxuoso de Knorr no piso 10 de Betel e as acomodações normais dos trabalhadores de Betel. Depois de eu ter estado em Betel por algumas semanas, recebi um convite para visitar o Presidente Knorr e a sua esposa no piso 10. O apartamento dele era lindo, com obras de arte nas paredes, cozinha privada, televisão e outros confortos. Além disso, o presidente tinha um irmão de Betel que o servia pessoalmente e que também fazia de cozinheiro. Menciono esta informação porque as pessoas acreditam ingenuamente que a posição da liderança na Torre de Vigia representa um sacrifício. Que diferença faz receber oficialmente apenas 14 dólares por mês quando ele pode viver como um rei?
Quando saí de Betel em 1958, depois de quatro anos de serviço ali, o meu noivo Bill [William Cetnar] e eu falámos aos meus pais sobre o que tínhamos observado na sede [da Torre de Vigia]. Eu disse que não tinha visto nenhum do amor de que estávamos constantemente a falar na organização. Eles responderam que devíamos exercer paciência e que as coisas se resolveriam com o tempo. Estou mesmo feliz por nos termos afastado de tudo aquilo. Bill e eu casámo-nos em Harvest Moon, em Setembro de 1958, e vivemos felizes na casa ao lado dos meus pais até Bill ser desassociado em 12 de Dezembro de 1962.
[Texto de Joan Cetnar no livro de Edmond C. Gruss We Left Jehovah's Witnesses (Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1976), pp. 95-97]