PORQUE DEIXEI DE FAZER PARTE
DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
Luiz Alberto de Araújo Bezerra
Entrei na organização das Testemunhas de Jeová em 1980. Nesse tempo era dito que a geração de 1914 não passaria. E eles ensinavam que a geração era de 70 ou 80 anos. Significava que o fim aconteceria entre 1984 a 1994. Estava errado, o fim não veio. As minhas primeiras dúvidas começaram no serviço de pregação de casa em casa. Pessoas mostravam textos que a volta de Jesus seria visível, que todos os salvos teriam o mesmo destino, que todos os batizados devem participar da santa ceia etc. Minha confiança nos ensinos das Testemunhas de Jeová foi ficando bastante abalada. Mas agravou-se mais com um debate sobre Daniel 8:14, que tive com um Adventista, pois a interpretação da Torre de Vigia é muito confusa e sem fundamento bíblico e histórico. Também fiquei sabendo de várias falsas profecias que a Torre de Vigia havia feito. No serviço de pregação que realizava nas casas, não poucas vezes, deparava-me com perguntas que me deixavam embaraçado. Ao buscar explicações com os anciãos no salão onde freqüentava, eles me diziam que certos pontos ainda não estavam bem definidos pelo escravo fiel e discreto, referindo-se aos dirigentes da seita, cuja sede encontra-se nos Estados Unidos. Mesmo não aceitando mais algumas das doutrinas que me eram ensinadas naquele lugar, por não haver respaldo bíblico, não conseguia me desligar. Parecia que havia sofrido uma lavagem cerebral. Lá, as pessoas são instruídas a condenar toda e qualquer igreja como sendo de Satanás. São também proibidas de ter quaisquer livros religiosos que não sejam deles. Por fim, tomei a decisão de abandonar a organização das Testemunhas de Jeová. Isso aconteceu no dia em que li todo o capítulo seis de evangelho de João. A parte que me chamou a atenção foi aquela em que Jesus diz que só vai ganhar a vida eterna e ressuscitar no último dia quem comer de sua carne e beber do seu sangue, referindo-se à Santa Ceia, uma das ordenanças deixadas por ele à sua Igreja. Para as Testemunhas de Jeová, somente quem faz parte dos 144 mil pode participar do pão e do vinho, contradizendo a Palavra de Deus, que afirma que todos os que crêem devem comungar. Vi que se não participasse do pão e do vinho como Jesus havia ordenado não poderia ganhar a vida eterna. Por isso, vi que não podia ficar em uma organização onde não teria nenhuma promessa de vida eterna. Outro assunto, sobre o qual não tinha nenhum esclarecimento, era concernente à vinda de Cristo, uma vez que não podia ler obras de autores que não pertencessem à organização. Mas, depois que passei a perceber a farsa que está por detrás de seus ensinamentos, dediquei-me à leitura de livros como Seitas e Heresias, do pastor Raimundo de Oliveira, e Vinte Razões Porque Não Sou Testemunha de Jeová, de J. Cabral. Com o passar dos anos li outros livros sobre os falsos ensinos da Torre de Vigia e tive todas as dúvidas esclarecidas. Abandonei as boas novas do reino anunciada pelas testemunhas de Jeová, porque descobri na Bíblia,que não é a mesma que foi pregada por Jesus Cristo e seus apóstolos.
Vejamos algumas citações da literatura publicada pelas testemunhas de Jeová, falando das boas novas do reino pregado por eles:
A Sentinela 1/11/1981, página 17, parágrafo 3:
"Compare a pessoa sincera a espécie de pregação do evangelho do Reino feita pelos sistemas religiosos da cristandade, durante todos os séculos, com a feita pelas Testemunhas de Jeová desde o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918. Não são iguais. A das Testemunhas de Jeová é realmente “evangelho”, ou “boas novas”, sobre o reino celestial de Deus, estabelecido pela entronização de seu Filho, Jesus Cristo, no fim dos Tempos dos Gentios em 1914. (...)"
Notem que a boa nova das Testemunhas de Jeová gira em torno da data de 1914. Como sei hoje, a cronologia das Testemunhas de Jeová que leva a essa data é falsa. É falsa porque é baseada na data falsa pra a destruição de Jerusalém. Eles dizem que Jerusalém foi destruída em 607 AEC por Nabucodonosor. No entanto, todos os historiadores provam que Jerusalém foi destruída em 587 AEC. Outra coisa, a profecia do capítulo 4 de Daniel teve seu cumprimento em Nabucodonosor, não tem nada a ver com o estabelecimento do reino de Deus no céu.
Vejam também que em 1918 as Testemunhas de Jeová não estavam pregando que em 1914 Jesus tinha sido entronizado no Reino celestial. Vejamos o que era ensinado em 1918:
Russell ensinava que o Reino de Deus seria estabelecido em 1914 na terra, e não no céu como afirma mentirosamente a revista A Sentinela e o livro Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado. (O Tempo Está Próximo, páginas 76 e 77)
Em 1918 era ensinado que o Reino de Deus tinha sido estabelecido em 1878, e não em 1914. - O Tempo Está Próximo, página 239; ver também a página 190.
A verdade da Bíblia é que o Reino de Deus não foi estabelecido nem em 1878 e nem em 1914. Jesus tornou-se o Rei do Reino de Deus logo após o seu batismo.
Na verdade, “o Reino de Cristo já existia no tempo dos apóstolos, pois Cristo prometeu o seguinte: “... dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o Reino de Deus” (Mc 9:1). Interessante não? Se o Reino começou em 1914, como se afirma, alguns que ouviram as palavras de Cristo em Marcos 9:1 teriam tido aproximadamente 1.880 anos de idade, quando o reino foi iniciada! Está vendo aqui a absoluta incoerência dessa doutrina? O apóstolo Paulo usou o tempo passado quando disse: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”. (Cl 1:13) Em Hebreus 12:28, o tempo usado é presente e não futuro. Paulo disse aos tessalonicenses que estes eram dignos do reino, pelo qual estavam sofrendo (1 Ts 1:5). E, em 1 Tessalonicenses 2:12, vemos que os irmãos já haviam sido chamados para o Reino.” - O livro “Análise de Doutrinas”, de Glover Shipp, diz na pg.214, 215.
Leia estas passagens bíblicas com atenção, e note qual era o Evangelho pregado pelos apóstolos de Jesus Cristo:
Romanos 1:14-16
Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma. Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.
1 Coríntios 1:18-24
Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, E aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.
1 Coríntios 4:20
Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder.
Romanos 15:16-21
Que seja ministro de Jesus Cristo para os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito Santo. De sorte que tenho glória em Jesus Cristo nas coisas que pertencem a Deus. Porque não ousarei dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para fazer obedientes os gentios, por palavra e por obras; Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo. E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio; Antes, como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado, o verão, E os que não ouviram o entenderão.