PRECISAM OS CRISTÃOS ABSTER-SE DO SERVIÇO MILITAR?
"Percebam que não há nenhuma ordem nas Escrituras contra o serviço militar."
- A Sentinela de 1/8/1898, p. 231 (em inglês)
"Não deveria haver nada contra nossa consciência em entrar nas forças armadas. Aonde quer que estivéssemos poderíamos levar o Senhor conosco, e aonde quer que fôssemos poderíamos encontrar oportunidades de servir a ele e à sua causa."
- A Sentinela de 15/4/1903, p. 120 (em inglês)
“Um exame dos fatos históricos mostra que as Testemunhas de Jeová não somente recusaram vestir uniformes militares e pegar em armas, durante o último meio século, ou mais, mas que tambémrecusaram fazer serviços não-combatentes ou aceitar outro serviço militar.”
- Unidos na Adoração do Único Deus Verdadeiro (1983), p.167
“Embora se empenhassem em fazer o que achavam que agradava a Deus, sua posição nem sempre foi de estrita neutralidade... alguns entraram nas trincheiras das linhas de combate com fuzis e baionetas. Mas, ... atiravam no ar ou tentavam simplesmente derrubar a arma das mãos do inimigo. Nesta ocasião... os antecedentes de modo geral dos Estudantes da Bíblia não eram bem como os dos primitivos cristãos..."
- Proclamadores (1993), p. 191 (em português)
Em poucas áreas doutrinais podem-se constatar posturas tão discrepantes através dos tempos quanto na questão do serviço militar. Conforme se vê acima, Russell não via qualquer base bíblica para fazer objeção ao serviço militar. Tanto é verdade que a própria Sociedade Torre de Vigia admite que seus membros foram à I Guerra. Hoje em dia, as Testemunhas de Jeová são impedidas de prestar o serviço militar ao preço de seus direitos políticos e, às vezes, de sua liberdade. Como não bastasse a reviravolta doutrinária, a organização busca, ao menos, minimizar o dano da transigência daqueles que - sob seu consentimento - pegaram em armas na I Guerra. Conforme se vê no último artigo, a Sociedade Torre de Vigia tenta "pasteurizar" uma versão fantástica, segundo a qual, eles "atiravam para o ar" ou "tentavam derrubar a arma" do inimigo. É tarefa bastante difícil explicar o que é que cristãos fardados faziam em uma trincheira - com armas à mão - se seu propósito era o de não atirar ou de fingir atirar. Por outro lado, requer uma boa dose de ingenuidade ou pouca familiaridade com as condições em um front de batalha para propor essa explicação. Tente o leitor imaginar um grupo de soldados em uma trincheira, com baionetas na mão, sob fogo cerrado de fuzis, granadas, bombas e tanques, respondendo com tiros para o alto ou indo em direção ao inimigo para tentar derrubar-lhe a arma com as mãos. Tal reconstituição - trágica e cômica, ao mesmo tempo - representa um extraordinário teatro de morte e, se alguma vez ocorreu, serve apenas como evidência de que os Estudantes da Bíblia - por temor das autoridades - fingiam ser soldados e, por agirem assim, cometiam o equivalente a suicídio no campo de batalha.