Chester Harris
SÃO AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ UM CULTO?
Testemunhas de Jeová UM CULTO OU MINISTROS DE DEUS? (Sentinela de 15 de Fevereiro de 1994)
O termo "culto" assumiu uma definição muito negativa para a maioria das pessoas. Acusar alguém de ser um cultista, provavelmente o insultará. Identificar alguém como merecedor desta palavra insultante é um exercício bastante subjetivo, um fato frequentemente negligenciado por esses que livremente a utilizam. A religião da Torre de Vigia foi acusada em tempos incontáveis e por pessoas incontáveis, de ser um culto. Em muitos casos os acusadores eram ignorantes sobre as convicções da Torre de Vigia, o que praticamente tornou nulas suas acusações. Se pressionados, muitos destes achariam difícil definir o significado de "culto", de tal modo que evitasse incluir sua própria religião.
Não as Testemunhas de Jeová! As Testemunhas de Jeová estão completamente equipadas para definir este termo, graças a seus pensadores de Brooklyn. Qualquer um pode provar isto perguntando para qualquer Testemunha, enquanto solicitando para prover uma definição para esta palavra. Se a Testemunha provê uma definição espontânea, como a maioria das pessoas o faria, ela pode provavelmente demonstrar que sua definição é seriamente afetada pelo preconceito, ou que ela apenas definiu sua própria religião, ou ambos. Se por outro lado, ela for uma Testemunha "temperada", ela poderia se lembrar que a "Mãe" proveu tudo aquilo que ela precisa para uso no serviço de campo e que ela deveria confiar em suas definições. Ela recorrerá por ajuda no "mais sagrado" de todas as publicações da Sociedade, o Índice de Publicações da Torre de Vigia, seja da forma impressa, seja da forma em CD ou web.
Digamos que a "testemunha" consulte o índice impresso que cobre os anos de 1930 - 1985, já que é o maior, e contém a maior gama de informações. Sobre "Culto", ela só achará três citações; mas a última parece promissora. A última citação diz: "Testemunhas não são um culto", e se refere a mais valiosa das ferramentas para pregar de porta em porta: o livro Raciocínios. Seguramente, isto proverá uma resposta segura para o morador inquisitivo. Ou não?
O livro Raciocínios, página 386, dá a definição da Torre de Vigia sobre "seita" e "culto". De acordo com esse manual, culto é uma religião dita não-ortodoxa ou que enfatiza a devoção de acordo com rituais prescritos. Isso se ajusta a Torre? Eu lembro as Testemunhas o seguinte: A Sentinela de 15/09/83, página 5 - diz: "Todas estas igrejas [Católica Romana, Episcopais, Luteranas, Calvinistas, Batistas, Metodistas e outras] se consideram "estabelecidas", "ortodoxas" e "religiões respeitáveis".
George D. Gangas disse na Sentinela de 15/10/66, página 636, que "a Igreja Ortodoxa ensinou isto" (a doutrina do "inferno de fogo"). Concordam todas estas igrejas doutrinalmente com a Torre? Dificilmente! Assim, não é verdade que a religião da Torre de Vigia é "dita não-ortodoxa" por todas estas igrejas? E não faz a referência de George Gangas à convicção da Igreja Ortodoxa na doutrina do "inferno de fogo" que a religião da Torre de Vigia seja excluída do rank de ortodoxa? Alguém discutirá o contrário?
O livro Raciocínios afirma que "O padrão para o que é ortodoxo, porém, deveria ser a "Palavra de Deus". Isso é verdade, mas isso não tem nenhuma importância na pergunta: "É dito que a Torre de Vigia não é ortodoxa? " O leitor tem que determinar por si próprio se é encarada como não-ortodoxa.
Além disso, pela definição deles de "culto", as TJs enfatizam a devoção de acordo com "rituais prescritos" que é bater de porta em porta no Sábado de manhã. Para responder a esses que protestariam que a palavra "ritual" que é aplicada ao serviço de campo das TJs, a definição seguinte é tomada do Novo Dicionário Universal de Webster: "ritual - n. 1. uma forma estabelecida ou sistema de rito, como em adoração pública." Bem, o serviço de campo se qualifica como um rito? Você decide. Webster diz: "rito, n. 1. um cerimonial ou ato formal, solene, observância, ou procedimento conforme regra prescrita ou costume, como em uso religioso." Novamente, o leitor pode determinar se serviço de campo é um "procedimento conforme regra prescrita ou costume."
O segundo critério no livro Raciocínios sobre o que classifica um culto é que "Muitos cultos seguem um líder humano vivo. . . ." Tem a religião da Torre de Vigia um líder humano vivo? O fato da Torre de Vigia ter um presidente sobre sua corporação não faz disso em si mesmo uma prova que tem um "líder." De fato, a dianteira é tomada por um grupo corporativo "um corpo governante." Este corpo é o figurativo "escravo fiel e discreto".
Sobre esse "escravo", a publicação da Torre de Vigia, o livro Perspicaz, volume 1, diz na página 806: "Isto [impossibilidade hipotética] porém, não requereria que o "o escravo" prefigure apenas uma pessoa particular que seria assim privilegiada [como ser colocada sobre todos os bens do Mestre]. As Escrituras contêm exemplos do uso de um substantivo singular para recorrer a um grupo coletivo, como quando Jeová se dirigiu para o grupo coletivo dos Israelitas como nação e lhes disse: 'Vós sois minhas Testemunhas [plural],... até mesmo meu servo [singular] a quem escolhi." Isto argumenta fortemente que o "denominado escravo fiel e discreto" é uma entidade singular. Ele ostensivamente funciona como uma unidade singular, cada membro em harmonia com todos os outros membros.
Tendo estabelecido sua singularidade funcional, uma pergunta surge: "Este escravo funciona como líder sobre as testemunhas de Jeová?." Foram escritas incontáveis literaturas e foram distribuídas por entre as Testemunhas de Jeová no esforço para inculcar nelas a própria visão deles do escravo. Poucas destas muitas declarações bastarão para demonstrar que este "escravo" serve como líder sobre a congregação mundial das Testemunhas de Jeová.
A Sentinela (em inglês) de 1/6/82, página 23, nos diz:
Considerando que Cristo Jesus é agora o Líder empossado e Chefe de todos os lutadores pela verdade e retidão, podemos unilateralmente "aprender por observá-lo" como os 300 que foram instruídos por observar a Gideão. (Juizes 7:17) Mas como podemos observar hoje a Cristo, visto ser ele invisível? Nós o observamos no sentido que discernimos os sinais dele como determinado por seu visível escravo, designado para todos os interesses terrestres do reino dele. (Mateus 24:45-47) Através deste canal designado (O corpo governante) sua direção estratégia é comunicada a todos os seus "soldados".
É uma conclusão aceita pelos cristãos que Jesus é o líder deles, mas qual é o propósito da anterior declaração citada se não para induzir as Testemunhas de Jeová para que encarem a classe do "escravo" como líder? Em outra revista (Sentinela de 1/12/81, páginas 27, 28), foi declarado: Este "escravo fiel e discreto", que está associado com as Testemunhas de Jeová, realmente foi usado por Jeová Deus para guiar, fortalecer e dirigir seu povo. Pergunte a si mesmo: Qual é o propósito de um guia? É um guia para não conduzir? O que se espera das Testemunhas de Jeová senão que sigam este guia? Claro que, em nenhuma parte a Torre de Vigia tem incisivamente declarado: "Nós somos seus líderes, siga-nos", mas não é a intenção óbvia nas anteriores afirmações citadas de criar a impressão nas mentes das Testemunhas de Jeová leais que a "classe do escravo" é também o líder delas?
Pergunte para qualquer Testemunha de Jeová, como Pedro respondeu a Jesus quando Jesus (em João 6:67) lhe perguntou: "Quereis vós também retirar-vos?" Eu fiz essa mesma pergunta, muitas vezes, para as Testemunhas de Jeová, e a cada vez recebi a mesma resposta. Pedro é sempre citado erroneamente como tendo dito: "Senhor, para onde mais iremos? " Porquê se supõe que parece um engano universal entre as Testemunhas de Jeová que Pedro perguntou, "onde", ao invés de "quem"? poderia ser, talvez, que a Torre de Vigia causou este engano de propósito? Eu penso que sim. Um exemplo incriminando de mal interpretação é achado no artigo de 15/02/81, página 19 - Lá diz:
... o registro do que a organização do "escravo fiel e discreto" tem feito no passado por mais de 100 anos nos forçam à conclusão do que Pedro expressou quando Jesus perguntou se os apóstolos também o queriam deixar, isto é "para quem mais iremos?" (João 6:66-69) Nenhuma duvida sobre isto. Todos nós precisamos entender a Bíblia, e nós não podemos encontrar a orientação bíblica, nós precisamos da organização do "escravo fiel e discreto".
A pergunta de Pedro, justaposta com o comentário da Torre, perpetua a noção errada das Testemunhas de Jeová de "para onde" um cristão iria. Melhor que isso, é "para Quem" então um cristão iria, é isso que conduz a satisfação espiritual e salvação.
Eu acredito que as citações acima, vistas juntas, apóiam o quadro que a Torre de Vigia incorpora um "líder humano vivo." Alguns fortes partidários da Torre de Vigia poderiam tentar negar essa conclusão. Estas palavras, emprestadas do último artigo citado, na página 18, se aplica a eles: "Se ele está determinado a não acreditar, então nenhuma quantidade de evidência o convencerá; pois se uma pessoa as procura, ela sempre poderá achar desculpas, razões plausíveis para não aceitar a responsabilidade que a convicção trará a ele".
Voltando à definição do livro "Raciocínios" para "culto", nós achamos a seguinte determinante: "Frequentemente os partidários deles vivem em grupos à parte do resto da sociedade." "Frequentemente" é a palavra chave aqui. "Frequentemente" não é "sempre", pouco esforço tem sido gasto para demonstrar que as Testemunhas de Jeová se isolam da Comunidade e da Sociedade. Elas não se isolam geograficamente (exceção para cada Betel ao redor do mundo), mas elas se isolam socialmente e culturalmente.
A Torre de Vigia está começando a sentir o beliscão. O artigo da Sentinela de 15 de Fevereiro de 1994, respondeu a seus detratores com um artigo de duas partes que tenta se opor a reação negativa que está experimentando merecidamente. Algumas de suas declarações estão se revoltando devido a seu grau de hipocrisia. Por exemplo, analise esta citação na página 6 do Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Eles dizem: "Declaramos que as Testemunhas deveriam desfrutar da liberdade de pensamento, consciência e religião, e que elas devem ter o direito para falar sobre sua fé e ensiná-la a outros." Que elas devem! A própria Torre de Vigia é o maior obstáculo que lhes impedem de fazer isto entretanto!
Eu oferecerei um exemplo específico desta hipocrisia. Eu tenho em meus arquivos uma carta, datada de 14 de Março de 1989, da Torre de Vigia. Está endereçada a mim. Diz, em parte: "Você admitiu aos anciões que se você não estivesse de acordo com a Torre em algumas coisas, você teria que seguir sua própria consciência." A Torre usou aquela "admissão" (não foi uma admissão; foi uma ostentação!) como evidência que eu não fui ajustado para ser usado como um "ancião" na religião deles. Soa como se eles estivessem encorajando que eu "desfrutasse [minha própria] liberdade de pensamento, consciência e religião....? " Como se compara com a declaração na página 205, do Anuário das Testemunhas de Jeová de 1989: "Nós não obrigamos ninguém a ir contra sua consciência. Nós queremos que as pessoas raciocinem na Bíblia".
Todas as citações impressas acima foram providas pela Torre de Vigia, não por qualquer de seu opositores.
Jesus predisse:
"Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo. Porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado. (Mateus 12:36, 37)