Watchtower - Uma organizacao farisaica - INDICETJ.COM Escandalo sobre Testemunhas de Jeova

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Walter Gabiatti

WATCHTOWER - UMA ORGANIZAÇÃO FARISAICA


“Amarram cargas pesadas e as põem nos ombros dos homens,
mas eles mesmos não estão dispostos nem a movê-las com o dedo”. (Mateus 23:4)
DEFINIÇÃO DE FARISEU
“Membro de uma seita judaica que ostentava, hipocritamente, grande santidade; hipócrita; (fig.) pessoa que aparenta santidade, não a tendo”. — Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 3ª edição – 1960.

“Destacada seita religiosa do judaísmo, que existia no primeiro século EC. Segundo alguns peritos, o nome significa literalmente “Separados; Separatistas”, referindo-se talvez a se evitar impureza cerimonial ou a manter-se separado dos gentios”. — Estudo Perspicaz das Escrituras, vol. II, pág. 107 – Publicado pelas Testemunhas de Jeová.

“Certo historiador disse a respeito dos fariseus: "Encarados de modo geral, eles tratavam os homens como crianças, formalizando e definindo as minúcias das observâncias rituais". Outro erudito disse: "O farisaísmo produziu um monte de regras jurídicas, abrangendo todas as situações, com a inevitável conseqüência de exagerarem as trivialidades e com isso trivializarem as magnitudes (Mt 23:23)"”.

A Sentinela 1/9/1996, pág. 10 – quadro.
A palavra fariseu adotou uma forma pejorativa, usada para se referir a uma pessoa ou um grupo que age com fingimento, que engana e sobrecarrega outros com uma infinidade de regras desnecessárias.

O farisaísmo é um comportamento marcado pela insensibilidade, onde não há lugar para compaixão, sendo enfatizada sempre a obrigatoriedade da aderência estrita às regras.

Sem dúvida, notamos um comportamento assim em todos os âmbitos da vida, em especial o religioso. O sistema religioso não se contenta em harmonizar-se à Bíblia, que aborda razoavelmente as normas de Deus. Inventam regras, fazendo distorções do texto sagrado, para exercer controle sobre a vida das massas.

É importante destacar que dentre todos os movimentos religiosos, ninguém fala mais em tom de condenação sobre os fariseus que a SOCIEDADE TORRE DE VIGIA, entidade que controla as atividades e a vida das Testemunhas de Jeová.
Por mais parodoxal que pareça, a entidade que mais condena a seita dos fariseus é a que mais se assemelha ao comportamento farisaico.

Faremos uma consideração minuciosa das declarações da STV, feitas em seus periódicos e as confrontaremos com os fatos envolvendo as Testemunhas de Jeová desde o seu surgimento como organização religiosa. Observe o que declarou a revista A Sentinela 1/10/1990, pág. 11, §§ 4, 5:

“No seu Sermão do Monte... Jesus... falou de dois tipos de justiça, a justiça hipócrita dos fariseus e a justiça verdadeira de Deus. (Mateus 5:6, 20)... De fato, os escribas até mesmo consideravam as tradições orais como superiores à Lei escrita.

...essas tradições haviam se tornado tão extensas, um tão opressivo emaranhado de ninharias legalísticas... que tornavam impossível que um trabalhador as guardasse. Não é para menos que Jesus denunciasse as tradições como ‘cargas pesadas nos ombros dos homens’. (Mateus 23:4)”

Hoje, o CORPO GOVERNANTE (Cúpula das Testemunhas de Jeová) também é responsável pela criação de um “emaranhado de ninharias legalísticas”. Os seguidores do movimento são incansavelmente orientados a obedecer cegamente a tudo o que o CG determina como norma “teocrática”. Questionamentos não são aceitos, pois, o CG se auto proclama único representante de Deus na Terra. Em outra palavras, questioná-lo seria comparado a questionar o próprio Deus.

A Sentinela 1/12/1982, pág. 19, § 10 diz:

“10 Visto que Cristo Jesus é agora o entronizado Líder e Comandante de todos os que lutam a favor da verdade e da justiça, nós podemos unicamente ‘aprender por observá-lo’, assim como os 300 aprenderam por observar a Gideão. (Juízes 7:17) Mas, como é que podemos ‘observar’ hoje a Cristo, já que ele é invisível? Nós o ‘observamos’ no sentido de que discernimos os seus sinais conforme dados por intermédio do seu visível "escravo" designado sobre todos os interesses terrestres do seu reino. (Mateus 24:45-47) É por meio deste instrumento designado pelo espírito que suas diretrizes e sua estratégia são comunicadas a todos os seus "soldados". Estes últimos não se podem dar ao luxo de avançar por conta própria ou de ficar impacientes porque seu ponto de vista sobre as coisas não se realiza. A cronometragem dos assuntos é provida pelo nosso Comandante invisível. O conceito dele é que importa, não os nossos conceitos pessoais.”

A mensagem implícita acima é: Ver o ‘escravo’ (que para as TJ é representado pelo Corpo Governante) é o mesmo que ver a Cristo!

Desse modo, as “tradições orais” criadas pelo CG assumem um caráter de superioridade sobre a Bíblia, “a Lei escrita”. Depois de muitos anos como integrante dessa entidade é possível notar um sutil distanciamento da Bíblia, dando a ela um papel secundário. O mais importante para a TJ é saber se o assunto, por meio do qual decisões serão tomadas, se encontra em alguma publicação da entidade. Tudo é regido pelo que o  CG acha aceitável ou não. A Bíblia, repito, assume um papel secundário.

Na sessão ‘Perguntas dos Leitores’, publicada na revista A Sentinela, ocorrem inúmeros casos de ‘ninharias legalísticas’, deveras, um conglomerado de regras insípidas norteia as respostas formuladas pelo Corpo Governante. Vejamos alguns exemplos:

Em 1964, na edição de 15 de julho, pág. 447, foram feitas as seguintes perguntas relacionadas ao uso do sangue:

(1) “Seria violação das Escrituras se um cristão permitisse ao veterinário dar transfusão de sangue a um animal de estimação?”

Resposta: “Permití-lo é sem dúvida violação das Escrituras. Usar sangue em transfusão, até mesmo no caso de animal irracional, é incorreto... Assim, sem dúvida, os pais cristãos não podem arranjar saídas, dizendo que o animal pertence a um filho menor e que, por isso, a criança não batizada pode autorizar por si o veterinário a administrar o sangue. Não. Os pais batizados têm a responsabilidade, pois têm autoridade sobre a criança e o animal, devendo controlar toda a questão. É obrigação dos pais, perante Deus”.



(2) “O que dizer, então, sôbre alimento de animal? Pode ser usado se houver motivo para se suspeitar que contenha sangue?”

Resposta: “No que concerne ao cristão, a resposta é Não.... Portanto, se o cristão vir que na lista do rótulo da lata de comida para cachorro ou para outro animal estão incluídos componentes de sangue, ele não poderá dar conscienciosamente tal produto a qualquer animal sob seus cuidados. Ele não deve achar que assim fazer seja desculpável, pois este não é o caso de um animal matar outro e comer o sangue. Não, neste caso seria um ato direto da parte do cristão, tornando-o responsável por alimentar com sangue o animal de estimação ou a qualquer outro animal pertencente a ele”.


(3) Também, será que é permissível usar “fertilizante que contenha sangue?”

Resposta: “Quem respeita a lei de Deus referente ao sangue não o usa. É verdade que segundo a lei mosaica, o sangue, quando escoado do corpo, devia ser derramado no chão e coberto com pó. (Levítico 17:13, 14) Todavia, o objetivo era para o sangue não servir para nenhum propósito útil, sendo, assim, desfeito. Não era posto na terra para servir qual fertilizante. Portanto, nenhum hodierno fazendeiro cristão pode corretamente espalhar sangue nos seus campos para fertilizar o solo, nem usar fertilizante à venda que contenha sangue. Tal uso do sangue é comercializar algo que Deus reservou por si mesmo. É violação da Palavra de Deus”.
Além disso, esse “emaranhado de ninharias legalísticas” sempre trouxe indizível sofrimento aos membros fiéis, um sofrimento desnecessário.

Um momento na história das TJs que causa muita comoção — e é sempre exibido em suas publicações como se fosse um troféu — é a perseguição enfrentada em Malaui, na África, na década de 60. Veja abaixo alguns relatórios de atrocidades enfrentadas pelas Testemunhas de Jeová naquele país:

“De todo o Malaui também se recebiam notícias de espancamentos. Para algumas de nossas queridas irmãs, a perseguição assumiu uma forma especialmente horrível. Eram muitos os relatórios de estupro, mutilação e espancamento de mulheres cristãs. Os sádicos agressores não poupavam ninguém. Idosas, jovens e até algumas irmãs grávidas eram submetidas a tais suplícios cruéis. Algumas perderam o bebê em decorrência dos maus-tratos”. — Anuário das Testemunhas de Jeová – 1999, pág. 183, § 3.

Atente agora para a razão pela qual as TJ estavam sendo cruelmente perseguidas, bem como mais relatos comoventes:

“Quando os irmãos se negaram resolutamente a comprar os cartões de afiliação partidária, os perseguidores esfregaram uma mistura de sal e pimenta malagueta em seus olhos. Depois, bateram nos irmãos usando tábuas com pregos grandes. Os ataques selvagens ceifaram muitas vidas. Em Cape Maclear, na extremidade sul do lago Malaui, amarraram feixes de capim em Zelphat Mbaiko. Derramaram gasolina no capim e atearam fogo. Ele foi literalmente queimado vivo”. —Anuário das Testemunhas de Jeová – 1999, pág. 189.

Comprar cartões de afiliação partidária.
Se negar a comprá-los levou a essas e a muitas outras atrocidades. Não resta dúvida do caráter sádico e desumano dos perseguidores, mas não é isto que está em questão. Muito mais sádico é o que fez o CG ao estabelecer essa norma, denominando-a de “orientação teocrática”, distorcendo e fazendo para aquelas pessoas uma aplicação absurda das palavras de Jesus em João 17:14.

Assim como os fariseus, pela criação de uma infinidade de regras, o CG desenvolveu um sistema tão opressivo que torna a vida dos membros um sufoco na tentativa de dar conta em cumprir todas as suas “obrigações cristãs”.
É digno de nota que Jesus Cristo, o fundador do verdadeiro cristianismo, condenou a atitude dos fariseus. Agirá diferente com a Sociedade Torre de Vigia e seu Corpo Governante?

Numa entrevista ao Prof° Azenilto G. Brito, Raymond Victor Franz, ex-membro do Corpo Governante, lembra a grande perseguição a que as TJ foram submetidas em Malaui, devido à recusa por eles em adquirir um cartão do partido único do governo ditatorial daquele país. Mas, enquanto se requeria estrita adesão às ordens da STV para não rebaixarem as normas aceitando a ordem governamental em Malaui, no México as coisas eram diferentes, já que lá, as TJ eram instruídas a obterem um documento de isenção de serviço militar mediante um ato ilegal: o SUBORNO!

Dois pesos, duas medidas! Hipocrisia farisaica!

Os fariseus faziam uma aplicação literal de Deuteronômio 6:8, e, em virtude disso, usavam filactérios, pequenas caixas contendo "quatro trechos da Lei: Êxodo 13:1-10, 11-16; Deuteronômio 6:4-9; 11:13-21. Mas os fariseus aumentavam o tamanho dessas caixinhas para dar a impressão de serem zelosos quanto à Lei... {Jesus] condenou a falta de valores espirituais dos fariseus, como revelavam as distinções arbitrárias que faziam". - A Sentinela, 15/2/1990, página 8.

Analisemos agora a ação e a motivação dos fariseus.

  • Eles AUMENTAVAM o tamanho das caixinhas.

Com que objetivo? Dar a IMPRESSÃO de serem ZELOSOS. É notório o paralelo que há com os membros da STV. O CG não deixa de instigar os seguidores a AUMENTAREM suas “horas de serviço de campo” sendo pioneiros auxiliares, regulares e especiais, devotando respectivamente 50, 70 e 140 horas de serviço mensalmente. Quanto maior a quantidade de horas no relatório no final do mês, maior a impressão de ser uma pessoa zelosa. Por mais que as TJ tentem ocultar esse lado mecânico do seu serviço de campo, isso não muda a verdade contida nos fatos.

Se você é ou já foi TJ, sem dúvida, já ouviu comentários semelhantes no “campo”:

• “Já completou duas horas?” (olhando repetidamente para o relógio.)
• “Ah, eu só posso trabalhar 1 ½ hora hoje!”
• “Preciso ir ao campo no próximo Domingo, porque nesse mês só fiz quatro horas”.

Comentários do Superintendente de Circuito (ministro que visita a congregação duas vezes por ano):

• “Os irmãos estão de parabéns pela boa média de horas trabalhadas em prol do Reino. Isso indica que os irmãos aqui são bastante espiritualizados!”
• “Alguns não estão nem mesmo fazendo a média do país”.

Ninguém diz que naquele mês não pôde ajudar biblicamente a alguém, mas diz: “esse mês não fiz nenhuma hora”.

Conseguimos encontrar algum vestígio de amor nessas declarações? O relatório entregue no final de cada mês não teria como objetivo dar a impressão que a pessoa é zelosa? Deveras, entre as TJ, vigora um sistema doutrinal insensibilizante que pode ser notado em todas as suas atividades mecanizadas. O legalismo impera. As proibições são, na sua maioria, ridículas.

• Não é correto BRINDAR. (A Sentinela 15/7/1968, pág. 447, 448)·

• Não se deve usar BARBA. (A STV alega que no nosso país, o uso de barba está associado a grupos de esquerda, grupos que quebram os valores da sociedade governamental; como se ela não os quebrasse! Note A Sentinela 15/2/76, no artigo "Não se Deixe Enlaçar por Modas e Diversões", páginas 115-17. O parágrafo 9 menciona como seria fácil sermos confundidos com grupos rebeldes.)

• Não jogar buquê de flores para damas de honra. (A Sentinela 1°/4/1965, pág. 223)

• Não guardar LUTO pelos mortos. (A Sentinela 1°/10/1962, páginas 607 e 608)

• Uma Testemunha de Jeová não pode nem cumprimentar uma EX-TJ, sob pena de excomunhão. (A Sentinela 15/12/1981, pág. 21, § 23)


A lista é infindável; aqui estão apenas alguns exemplos de regras infundadas, regras que não encontram nenhum apoio bíblico sólido.

Numa ocasião, Albert Schroeder, que servia como membro da Cúpula da organização jeovista, levantou o livro Branch Organization Procedure [Procedimentos Organizacionais da Filial] e apontou as suas 1.177 regras e regulamentos, dizendo: “A organização é a nossa mãe e tem o direito de fazer regras e regulações para nós”. (Carta de Randall Watters para o Corpo Governante, 22/1/1981)

Quem deu à essa organização o direito de fazer regras e as impor? Será que o CG está mesmo autorizado a criar regras que sufocam a Palavra de Deus?

“Não vades além das coisas que estão escritas”. (1Coríntios 4:6)

“Escritas" onde?”

“Toda a ESCRITURA é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra”. (2 Timóteo 3:16,17)

A Bíblia, o único conjunto de regras inspiradas por Deus, é capaz de tornar a pessoa “completamente equipada”. Os advérbios “completamente” e “plenamente”, usados no texto acima indicam que nada que exista à parte da Bíblia é necessário.

Qual o motivo de Jesus ter condenado os fariseus?

“...ensinam por doutrinas os mandados de homens”. (Mateus 15:9)

Não é exatamente isso que o CG impõe às TJ em todo o mundo?

Doutrinar seus membros com regras criadas por homens imperfeitos, dando a esses ensinos uma aparência “teocrática”, divina, é uma imposição abusiva. Essa atitude corrobora o fato de que homens com mania de poder, brincam de Deus tentando exercer controle sobre a vida das pessoas como se fossem os criadores da humanidade. A sua postura em relação aos que lhes são subordinados é abominável. O convencimento que a STV prega é inadmissível, fazendo os seus membros se acharem os únicos na Terra que herdarão as bênçãos do reino de Deus. São ensinados que qualquer pessoa que não aceita o “emaranhado de ninharias legalísticas” da STV é desinformada e preconceituosa.

Na verdade, os únicos desinformados e preconceituosos são os seguidores do CG que não sabem nem mesmo quem é o atual presidente da entidade. Pouco sabem sobre o passado dessa organização que tenta impressionar a todos com uma falsa idéia de iluminação espiritual, ao classificar seus erros grotescos de “novas luzes”, “lampejos espirituais”, etc.

“Segundo certa enciclopédia bíblica, o convencido ‘considera-se ou moralmente correto ou numa posição correta perante Deus, por causa da sua aderência à letra dos requisitos legais, sem tomar em consideração o espírito deles’. Outra obra descreve os convencidos como ‘pessoas excessivamente religiosas, que passam todo o seu tempo procurando ruindade nos outros’.

Os fariseus eram culpados disso. Com o passar do tempo, suas regras criadas por homens pareciam mais importantes do que as leis e os princípios de Deus”. - A Sentinela, 15/10/1995, pág. 30, §§ 11, 12.

As Testemunhas de Jeová são a personificação do acima declarado.

A pessoa convencida é preconceituosa e tem uma visão distorcida daqueles que não comungam com os seus ideais e crenças. A lógica, o raciocínio e a razoabilidade são coisas que o(a) convencido(a) não faz questão de manifestar em seus tratos com os que julga ser de intelecto inferior. Se julgam perspicazes o suficiente para entender qualquer passagem bíblica, sob o pretexto de serem dirigidas pelo espírito santo que lhes dá uma compreensão plena dos escritos sagrados. Para os membros da STV, ninguém é biblicamente “entendido” senão eles próprios. Costumam dizer que muitos conhecem a Bíblia, mas apenas eles a entendem. Possuem a “verdade” única e absoluta; nenhuma pessoa que não viva em conformidade com as regras da STV, criadas pelo Corpo Governante, é considerada possuidora do favor de Deus. A única coisa que, para as TJ, demonstra a misericórdia de Deus para com os “incrédulos” é o programa sistemático de visitas organizado e executado pela entidade.

Ao contrário dessa organização, Jesus Cristo demonstrou grande sabedoria e razoabilidade ao lidar com as pessoas à base do “espírito” por trás das leis de seu Pai e não da letra fria. O Mestre Jesus levava em consideração as circunstâncias atenuantes, como exemplificado no relato envolvendo a mulher com um fluxo de sangue. (Marcos 5:25-34) Jesus não a condenou, embora estivesse nitidamente violando as regras sobre períodos de impureza. (Levítico 15:25-27) O que teriam feito os fariseus? E os ‘pretensos juízes’ da STV? Teriam sido misericordiosos como Jesus, ou rígidos legalistas como os fariseus? A resposta é óbvia! Dispensa comentários.

Contrariando o princípio da liberdade e a própria orientação da Bíblia, os anciãos da STV (evidentemente, não todos) policiam a vida dos membros para que sejam constantemente submetidos à “reuniões de aconselhamento”. Esse comportamento abusivo gera em todos os membros um clima suspeitoso e cada um passa a vigiar seu irmão de fé. De fato, “passam todo o seu tempo procurando ruindade nos outros”.

Notem o que Randall Watters disse em sua carta dirigida ao Corpo Governante (22/1/1981):

“... vocês formaram outra comissão para fazer o cerco a Ray [Raymond Victor Franz], através de gravações em cassete de confissões extraídas de amigos próximos, a respeito do que ele lhes tinha dito em privado. Eu fiquei chocado. Passaram duas semanas a fazer essas gravações e depois vocês chamaram-no de volta da sua dispensa do serviço, sentaram-no numa sala e tocaram as gravações para ele em frente de toda a gente. Dá-me vontade de gritar... Ed Dunlap foi interrogado longamente, e quando ele se recusou a desistir da sua opinião sobre tudo isto, foi desassociado. Depois eu vi como vocês começaram a interrogar toda a gente no departamento de redação, não acerca da sua lealdade a Deus e a Cristo, mas à Watchtower Society. O irmão Lengtat teve de suportar mais de 20 horas de interrogatório intenso em várias reuniões. Fiquei chocado ao saber que outras pessoas tiveram os seus telefones sob escuta, sendo as chamadas redirecionadas através do departamento de serviço para espiá-los e ‘apanhá-las’. Alguns betelitas, que se reuniam nos seus quartos para estudar a Bíblia juntos, foram chamados e ordenou-se-lhes que parassem. Foi elaborada uma lista de ‘perguntas especiais’ e muitos tinham de se submeter ao teste de ‘lealdade’ no caso de recair sobre eles a suspeita de saber algo a respeito destas coisas.”

A Sentinela, 15/10/1997, pág. 30, 2 diz sobre os fariseus:

“Tinham formulado um monte de regras e de tradições que obstruíam a adoração pura e ocultava os princípios piedosos... E muitas das regras instituídas pelos homens eram desumanas... Deveras, eles estavam tão obcecados por regras e tecnicidades humanas que, como formigas sobre uma pintura, não enxergavam o quadro inteiro – os princípios divinos. - Mateus 23:23, 24”.

A Dictionary of the Bible diz a respeito do modo de adorar dos fariseus:

“Cada mandamento bíblico era cercado por um emaranhado de regulamentos menores. Não se tomava em consideração mudanças de situação; exigia-se inexoravelmente de cada judeu obediência plena à Lei em todos os pormenores. ... Pormenores legais se multiplicaram até que a religião se tornou um negócio, e a vida, um fardo insuportável. Os homens foram reduzidos a autômatos morais. A voz da consciência foi sufocada; o poder vivo da palavra Divina foi neutralizado e suprimido sob um conjunto infindável de normas”. (A Sentinela, 1º/4/1993, págs. 29 e 30, §§ 10, 13)

Toda a alegria e entusiasmo peculiares à fase inicial de todos os que se tornam TJs, com o tempo se transformam em uma vida de constantes cobranças, deveras, a vida torna-se “um fardo insuportável”, levando à depressão, síndrome do pânico, tentativas de suicídios entre outras consequências indesejadas. Vamos olhar de perto para algumas declarações do artigo de A Sentinela citado acima:

“Os homens foram reduzidos a autômatos morais”. Nunca é demais lembrar a definição de autômato: “Figura que imita os movimentos humanos; maquinismo pôsto em movimento por meios mecânicos; (fig.) pessoa incapaz de ação própria; títere; boneco”. (Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 3ª edição – 1960)

Todos os que hoje desfrutam da liberdade resultante do rompimento dos grilhões da STV, sabem que lá dentro a “pessoa é incapaz de ação própria”. Em qualquer assunto é preciso recorrer às orientações do CG. Tudo é dirigido pelas decisões desses homens da Cúpula em Brooklyn, New York, EUA.

Com isso, “a voz da consciência foi sufocada”. Milton Henschel, um membro do CG e Presidente da organização, disse certa vez a respeito de um assunto de consciência: “Se deixarmos os irmãos fazer isto, não se sabe até onde eles irão”. O CG achou necessário estabelecer regras para “manter os irmãos na linha”. “O amor que uma TJ típica tem por Jeová aparentemente não era suficiente para o manter longe de problemas, eram necessárias regras, ordens para recuar e restrições para governar todos os aspectos da sua vida”. (Comentário de Randall Watters.)

Desse modo, “o poder vivo da palavra Divina foi neutralizado e suprimido sob um conjunto infindável de normas”.

O desenvolvimento de um sistema ditatorial por parte dessa entidade tem feito com que seus membros permaneçam em total ignorância quanto aos “procedimentos organizacionais”, muitos dos quais são tirados de “cena” pela mudança no “entendimento”, mudanças às quais o CG dá o nome de “novas luzes”.

É uma verdade incontestável que quase nenhuma TJ sabe quem são os homens que governam suas vidas, que rompem laços de amor, que proíbem a liberdade de pensamento e expressão. Desconhecem também como essas decisões são tomadas, bem como a motivação desses homens ao decidir o futuro de centenas, de fato, de milhares de pessoas que sinceramente e com muita lealdade dão de seu tempo, suas energias e recursos financeiros em prol da “obra” (na verdade em prol do desenvolvimento da STV).

Essa organização incentiva seus novos adeptos a examinarem os fundamentos das religiões em geral para confrontá-las com a Bíblia, mas se um desses novos, ou mesmo um membro já ativo, resolver seguir a orientação expressa em Atos 17:11 e examinar à luz da Bíblia a religião das TJs, será advertido contra isso com a alegação de que quaisquer dúvidas que possam surgir referentes à “verdade” da qual a STV julga ser detentora, se originam de Satanás, o grande apóstata. Tal exame pode até ser permitido, mas desde que acompanhado de publicações de autoria da Cúpula das TJs. Não é esse um modo indevido de controlar a vida de outros?

Uma entidade que se diz cristã tem de, obrigatoriamente, agir com misericórdia, que sempre foi uma qualidade nítida no comportamento de Cristo. Infelizmente essa qualidade não se encontra no “menu” da STV. Seus membros são treinados a tratar impiedosamente aqueles que “erram”.

Quando um membro diminui a quantidade de horas gastas na “obra do reino” e começa a ficar ausente de algumas reuniões é logo mencionado nas “panelinhas” como estando fraco espiritualmente (como se espiritualidade fosse medida em “horas” de serviço de campo), como tendo cometido algum pecado que tenha resultado na retirada do espírito santo da parte de Jeová, que a pessoa está “doente” e assim por diante. Feito o diagnóstico, a pessoa que está “fraca” é marginalizada. Não mais é convidada para atividades recreativas e nem receberá mais visitas regulares. Onde está a misericórdia?

“Ide, pois, e aprendei o que significa: ‘Misericórdia quero, e não sacrifício’”. (Mateus 9:13)

Pelo visto as Testemunhas de Jeová não aprenderam.

“Jesus condenou os fariseus por sua negligência nos "assuntos mais importantes da Lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fidelidade"; embora dessem muita atenção a pagar o dízimo, ou décima parte, de ervas insignificantes”. (A Sentinela, 15/2/1990, pág. 9)

Entre as TJs, o ‘pagamento’ de “ervas insignificantes” é cobrado incansavelmente. A observância de coisas pequenas, insignificantes, recebe dimensões gigantescas, fazendo com que os “assuntos mais importantes” sejam relegados a segundo plano e em muitos casos sejam até mesmo esquecidos por completo.

Relembremos o que para o nosso Mestre Jesus Cristo era realmente importante: a JUSTIÇA, a MISERICÓRDIA e a FIDELIDADE.

Quando os anciãos julgam “necessário” desassociar (expulsar/excomungar) alguém, aí entra em cena um comportamento cruel, impiedoso e desumano para com o excomungado. Conversar com um desassociado, ou mesmo visitá-lo, em caso de doença, é estritamente proibido. O CG, por meios de distorções feitas com textos bíblicos, faz os membros acreditarem que o Deus de amor e misericórdia apoia essa atitude insensível. Interessante que o livro Live With Jehovah’s Day in Mind (Viva Tendo em Mente o Dia de Jeová) lançado na série de Congressos Distritais de 2006 das Testemunhas de Jeová, aborda no capítulo (09) o tema “Trate os outros como Deus deseja que os tratemos”.Observe o que diz um trecho desse capítulo:

“Como Deus avaliaria o modo como eu trato meus irmãos? ... [Uma atitude ressentida] poderá influir nas suas relações com esse irmão; poderá tratá-lo com frieza, evitar sua companhia ou falar mal dele. Ampliando o exemplo, imagine que esse irmão mais tarde cometa um erro, vindo até mesmo a precisar de conselhos ou de correção por parte dos anciãos da congregação. (Gálatas 6:1) Será que você refletiria o espírito dos edomitas e se alegraria com as dificuldades desse irmão? Como Deus gostaria que você agisse?” (pág. 112, § 5)

‘Como Deus gostaria que você agisse?’ Certamente, não como a STV age ao tratar os que são “corrigidos”. Reflita seriamente nas seguintes condenações feitas por Jesus Cristo aos fariseus:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois, vós mesmos não entrais, nem deixais entrar os que estão em caminho para entrar”. (Mateus 23:13)

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque vos assemelhais a sepulcros caiados, que por fora, deveras, parecem belos, mas que por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda sorte de impureza”. (Mateus 23:27)

Não podemos nos render às tentativas sutis da STV de sufocar a nossa consciência. Precisamos lutar contra o modo tacanho de pensar, idealizado pela Cúpula das TJs. Deus nos criou com faculdades perceptivas, nos deu a faculdade de raciocínio para que não fôssemos escravizados pelos “barões do conhecimento”. Assim, ter mente aberta é estar disposto a encarar os fatos, mesmo que estes contrariem aquilo que sempre defendemos. Não há como negar que o FARISAÍSMO ressurgiu com grande força e reside incólume na STV. Diante disso e de muitos outros dados que denunciam essa organização, não resta  outra conclusão senão a de que o espírito santo de Deus não atua ali, pois,...

“... onde estiver o espírito de Jeová, ali há liberdade”. (2 Coríntios 3:17)

Portanto, podemos afirmar que os membros da Sociedade Torre de Vigia (Testemunhas de Jeová) “foram reduzidos a autômatos (títere; boneco) morais. A voz da consciência foi sufocada e o poder da palavra Divina foi neutralizado e suprimido sob um conjunto infindável de normas”.

“Ai de vós, ... fariseus, hipócritas!”

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