Ex-Testemunha de Jeová
O NOVO TESTAMENTO AUTORIZA VINHO ALCOÓLICO
Vamos analisar as diretrizes espirituais para os fiéis cristãos em relação ao consumo adequado de vinho ou outras bebidas alcoólicas.
ORIENTAÇÕES PARA OS BISPOS
1 TIMÓTEO 3:2
"não dado ao vinho (oinos), não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento."
— Almeida Revista e Corrigida, 2009.
"Não deve ter o vício da bebida (oinos), nem ser um valentão, mas sim deve ser amável e bondoso, e não ter amor ao dinheiro."
— Bíblia Viva, 2017.
"não deve ser apegado ao vinho (oinos), nem violento, mas sim amável, pacífico e não amante do dinheiro.
— King James Atualizada, 1999.
TITO 1:7
Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho (oinos), nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
— Almeida Revista e Corrigida, 2009.
De fato, sendo administrador de Deus, o dirigente deve ser irrepreensível, não arrogante, nem beberrão (oinos) ou violento, nem ávido de lucro desonesto.
— Versão Católica com cabeçalhos.
Estes pastores devem ser homens de vida irrepreensível, porque são ministros de Deus. Não devem ser orgulhosos, nem impacientes; não devem ter o vício da bebida (oinos), nem ser valentões nem ser gananciosos por dinheiro.
— Bíblia Viva, 2017.
ORIENTAÇÕES PARA OS DIÁCONOS
Em destaque a palavra "oinos"
1 TIMÓTEO 3:8
Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho (oinos), não cobiçosos de torpe ganância,
— Almeida Revista e Corrigida, 2009.
Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho (oinos), não cobiçosos de sórdida ganância,
— Almeida Revista Atualizada, 1993.
Do mesmo modo, os diáconos devem ser homens de palavra e sérios. Não devem beber muito vinho (oinos), nem ser gananciosos.
— Nova Tradução na Linguagem de Hoje, 2000.
ORIENTAÇÕES PARA AS MULHERES IDOSAS
TITO 2:3
As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho (oinos), mestras no bem,
— Almeida Revista e Corrigida, 2009.
Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho (oinos); sejam mestras do bem,
— Almeida Revista Atualizada, 1993.
As mulheres idosas também devem comportar-se como convém a pessoas sensatas: não sejam caluniadoras, nem escravas de bebida excessiva (oinos);
— Versão Católica com cabeçalhos.
Semelhantemente, ensina as mulheres maduras a serem reverentes quanto a seu estilo de vida, não caluniadoras, não viciadas em muito vinho (oinos), mas capazes de ensinar o que é bom.
— King James Atualizada, 1999.
COMENTÁRIO
Aquele que têm ofício cristão ou que de qualquer maneira exerça liderança dentro da comunidade cristã, tanto homem como mulher, é especificamente advertido a não ser "dado ao vinho". — 1 Timóteo 3:3.
Certamente, Paulo concordava com as palavras inspiradas do profeta Habacuque de que alguém, "por ser dado ao vinho (yayin), é DESLEAL" a Deus. — Habacuque 2:5.
Ao ler este texto, somos informados de imediato que "ser dado ao vinho" é algo condenável para o servo de Deus. E isso era condenado no Antigo Testamento e é condenável também no Novo Testamento.
Mas, o que é "ser dado ao vinho"? Que "ser dado ao vinho" significa ABUSAR no consumo é entendido por notar como outras traduções vertem as palavras do profeta Habacuque.
Em lugar de "ser dado ao vinho", a Bíblia Viva traduz: "GRANDE quantidade de vinho que bebem". De modo similar, a versão Matos Soares diz: "o vinho engana quem o bebe com EXCESSO". Assim, a deslealdade a Deus é beber demais, sem temperança. É deslealdade pois transgride a orientação divina contra a bebedeira.
Sendo assim, este uso inadequado da bebida é o que Paulo condena ao dizer "me parainon", isto é, "não dado ao vinho". — 1 Timóteo 3:3.
A tradução real da expressão grega "me parainon" é "não estar ao lado do vinho", "não estar perto de vinho" ou "não estar com vinho" visando ingerir "grande quantidade" ou "beber com excesso" como expresso no contexto de Habacuque 2:5.
Em conformidade com isso, Paulo ensinou que o cristão deverá ser moderado, temperante, a fim de manter a sobriedade. Se a pessoa beber, deverá seguir a boa orientação de Eclesiastes 10:17 sobre o rei e príncipe que bebem e comem com equilíbrio, isto é, "para refazerem as forças e não para bebedice".
Somente por "não serem dadas a muito vinho" poderiam ensinar as mulheres novas "a serem moderadas" (versículo 5) no consumo de vinho.
OBJEÇÕES COMUNS
Alguns que são contrários ao consumo moderado de bebida alcoólica, em resultado de má interpretação, claro, acreditam ver uma espécie de contradição ou contraste nos escritos inspirados do apóstolo Paulo. Consideremos algumas delas.
OBJEÇÃO 1
O versículo 8 de 1 Timóteo 3 adverte os diáconos a não serem excessivamente inclinados ao vinho. Isso sugere que eles podem tomar uma quantidade moderada. Os presbíteros, por sua vez, devem abster-se do vinho devido à sua posição de liderança.
► O texto não estabelece diferenças na permissão para o consumo de bebidas entre diáconos e presbíteros. Ambos são semelhantes nesse aspecto. A frase “não ser inclinado a muito vinho” indica que o consumo deve ser moderado. Da mesma forma, “não ser dado ao vinho” enfatiza a responsabilidade pessoal. Todos os cristãos, incluindo diáconos e presbíteros, podem tomar vinho de forma controlada e responsável, em ocasiões adequadas.
OBJEÇÃO 2
Sem terem um texto condenando o uso moderado de bebida alcoólica, alguns, talvez sem perceber, usam de raciocínios enganosos. Por exemplo, talvez digam:
Será que o mesmo Deus que nos instruiu a evitar olhar para o vinho no copo (Provérbios 23:31) também permitiria que diáconos e idosas tomassem um pouco?
► A noção de que beber é errado surge de uma interpretação equivocada. Provérbios 23:31 NÃO afirma que "o não olhar para o vinho no copo" é uma mensagem para todos "nós"; está focalizada em um grupo específico de pessoas. Essas pessoas têm um hábito claramente condenado por Deus. O contexto do provérbio enfatiza as consequências prejudiciais do ABUSO no consumo de bebida, especialmente para alcoólatras e viciados. Contudo, o mesmo Deus que reprova o excesso no beber permite o uso moderado para "diáconos e idosas". — Veja a consideração de Provérbios 23:31 dentro do menu "Análise dos textos bíblicos...", lá no alto da página.
OBJEÇÃO 3
Tendo em mente a orientação para as mulheres idosas em Tito 2:3, alguns acreditam que "se 'não muito' autoriza o 'pouco', seria lícito ser escravizado a pouco vinho!
► Ninguém que apoia o uso de bebidas alcoólicas prega que é biblicamente permitido ser “escravo” de qualquer criação, exceto “escravo de Cristo”. (1 Coríntios 7:22) Todos concordam que aqueles que bebem não devem se tornar escravos nem do pouco nem do muito vinho, nem de suco de uva, refrigerante ou café.
Por outro lado, se alguém optar beber, jamais deverá ser por dependência ou por uma espécie de vício. Devemos praticar o autodomínio ou "domínio próprio". (Gálatas 5:23; 2 Pedro 1:6)
Usando algo semelhante à licença poética, é excelente que o cristão — quando resolver beber — lembre-se de que está como que "escravizado" à moderação e nunca deverá partir para a imoderação no beber! É correto ser escravo das leis de Deus. Uma delas é evitar a embriaguez. Portanto, queremos dominar nossas vontades para ser um servo da vontade divina. O cristão nunca deve perder a moderação e se tornar escravo do consumo excessivo de bebida — seja vinho ou suco de uva.
As mulheres idosas evitam a embriaguez ao seguir a orientação de beber “pouco vinho”. Ao fazer isso, elas demonstram um exemplo positivo para as mais jovens.
OBJEÇÃO 4
O fato de condenar 'muito' de uma coisa pode dar ênfase, mas não necessariamente justifica 'pouco'. Pedro condena o 'excesso de devassidão' (1 Pedro 4:4), sem justificar um pouco de devassidão (libertinagem). A advertência contra 'muitas concupiscências insensatas' (1 Timóteo 6:9) não quer dizer que poucas seriam inofensivas. Da mesma maneira, instruções contra muito vinho não justificam pouco.
► É verdade que "o fato de condenar 'muito' de uma coisa pode dar ênfase, mas não necessariamente justifica 'pouco'. Muito bem: "Não necessariamente justifica". Porém, faltou ao argumentador entender que é este justamente o caso do consumo de bebida alcoólica — o muito é reprovável mas o pouco é justificável! Vejamos:
1 Pedro 4:4 diz: "Por isso, difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão". Por curiosidade, a que "excesso de devassidão" se refere o contexto? O versículo imediatamente anterior (versículo 3) diz: "Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias, BEBEDICES e em detestáveis idolatrias." Ora, para o bom entendedor das Escrituras, "bebedice" é "devassidão" não importa se a bebedice é pouca, média ou grande. Bebedice é bebedice. De certo, em toda a Bíblia não há nenhum texto que justifique "pouca devassidão" de quaisquer ações citadas no versículo. Em pleno contraste — e é aqui que entra o discernimento faltante no argumento proposto — isso difere do uso de bebida. Como assim? A Bíblia explicitamente condena o excesso ao passo que abertamente — com todas as letras — justifica aquele que "usa um pouco de vinho". — 1 Timóteo 5:23.
CONDENAR O MUITO AUTORIZA O POUCO?
Alguns que condenam a bebida alcoólica responderão com um grande "não"! [Com isso querem que você creia que se a Bíblia não autoriza o "muito vinho", (1 Timóteo 3:8) automaticamente também não autoriza o "pouco vinho".] Mas, isso simplesmente NÃO é verdade! Cada caso é um caso. Não é sábio fazer disso uma regra.
Vejamos com atenção. "Comer muito mel não é bom", diz Provérbios 25:27. Será que isso condena comer qualquer quantidade de mel ou está justificando o comer pouco?
O texto é inequívoco ao indicar que a quantidade a evitar é o “muito”. Se dissesse simplesmente “não coma mel”, a interpretação seria outra. No entanto, podemos encontrar embasamento bíblico para afirmar que a condenação do excesso pode, de fato, autorizar o consumo moderado. A evidência está no versículo 16 do mesmo capítulo: "Achaste mel? Come o que te basta; para que, porventura, não te fartes dele e o venhas a vomitar." A pessoa pode comer pouco mel, mas não muito mel.
O bom estudante da bíblia não se deixará levar por meias verdades — como a suposição do "muito não justificar o pouco" — e buscará o conhecimento como se procurasse prata ou um tesouro escondido. (Provérbios 2:4) A "luz" da Palavra de Deus ilumina o entendimento de quem quer realmente apegar-se — não a seus próprios ensinos — mas ao entendimento do SENHOR através da Bíblia. — Salmo 119:105.
Criança não deve tomar bebida alcoólica!
RESUMINHO PARA BEBEZINHO NO ENTENDIMENTO
Usar ou praticar o certo estará sempre certo, seja pouco ou muito. Usar ou praticar o errado estará sempre errado. O muito do certo só será errado se Deus assim determinar. — Eclesiastes 7:16.
Vou dar um exemplo. Alimentar-se é correto, não é? Sim. Deus nos deu os alimentos. Sabe o que isso quer dizer? Quer dizer que comer papinha é correto; mas Deus condena a gulodice. Por isso comer papinha além do suficiente é errado. Seus pais são responsáveis por você. Eles não devem enchê-lo de papinha. Se fizerem isso, você poderá se tornar uma criança gordinha por comer muito, tá bom? De maneira parecida, as mamães nunca devem dar bebida alcoólica aos menores devido a sua fragilidade corporal.
Alimentar-se é correto; mas Deus esclareceu na Bíblia que condena a comilança. Usar pouco vinho é correto; mas Deus condena a embriaguez. Nestes casos, Deus nos deixou o princípio da moderação.
Criança não deve ingerir bebida alcoólica
RESUMO PARA CRIANÇA NO ENTENDIMENTO
PRATICAR O MUITO OU POUCO DE ALGO ERRADO SEMPRE SERÁ ERRADO
Se algo é errado diante dos olhos de Deus, praticar pouco ou muito disso sempre será errado. Exemplo: Todos os dias uma criança furtava uma bala e a outra furtava dez balas. As duas crianças estão erradas. Furtar é pecado, não importa se pouco ou muito. (Êxodo 20:15) Um adulto abusa da bebida alcoólica todos os dias, mas outro abusa da mesma bebida apenas uma vez por ano. As duas erraram pois estão fora do limite estabelecido por Deus.
QUANDO PRATICAR O POUCO DE ALGO ESTARÁ CERTO, MAS PRATICAR O MUITO DO MESMO ESTARÁ ERRADO
Dito de modo simples, aquilo que Deus aprova estará certo se praticado pouco ou muito. Aquilo que Deus condena estará errado se praticado pouco ou muito.
Imagina só, tem dois adultos. Um deles toma pouquinho de bebida uma vez por semana, e o outro também toma a mesma quantidade, mas todo dia. Quem tá fazendo o que Deus quer? Os dois! Eles tão dentro do limite que Deus colocou. Mas olha, se algum deles resolver trocar o ‘pouco vinho’ por ‘muito vinho’, aí já não tá certo, porque Deus não gosta de bebedeira.
"SER DADO" — o que quer dizer?
Segundo Tito 1:8, o bispo precisa ser "dado à hospitalidade". Assim como isso não torna obrigatório hospedar em sua casa a todos (incluindo os mendigos que batem à sua porta), a expressão "não dado ao vinho" não torna obrigatório evitar toda bebida alcoólica. Em ambos os casos há necessidade de razoabilidade, equilíbrio e bom-senso.
Ao comparar 1 Timóteo 3:3 e 3:8, fica claro que ‘não dados ao vinho’ significa, na verdade, ‘não dados a muito vinho’. A quantidade é crucial. É permitido apenas um ‘pouco de vinho’, não ‘muito vinho’. Paulo instruiu Timóteo: "Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades." — 1 Timóteo 5:23.
Se alguém não quiser beber de jeito nenhum, isso é absolutamente válido. A escolha de não consumir álcool é pessoal e deve ser respeitada. A moderação e o bom-senso também se aplicam à decisão de não beber. Assim como a Bíblia orienta sobre o uso moderado do vinho, ela também valoriza a liberdade individual de escolha.
Caso alguém decida beber, seria prudente não ultrapassar seu limite pessoal. Agindo segundo à orientação bíblica a pessoa terá sua equidade ou "moderação conhecida de todos os homens". — Filipenses 4:5.