Ex-Testemunha de Jeová
EXPLICAÇÃO DE
PROVÉRBIOS 31:4, 5
4 Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho (yayin), nem dos príncipes desejar bebida forte (shekar).
5 Para que não bebam, e se esqueçam do estatuto, e pervertam o juízo de todos os aflitos.
— Almeida Revista Corrigida, 1995.
4 Para os reis, Lemuel, beber muito (yayin) é um perigo e uma vergonha, especialmente misturar bebidas fortes (shekar).
5 Um rei que bebe muito acaba esquecendo suas obrigações, confunde as leis e não julga com justiça os fracos e pobres de seu país.
— A Bíblia Viva, 2017.
Quem afirmou não ser próprio o vinho e a bebida forte? Segundo o cabeçalho do capítulo 31, eram “conselhos que a mãe do rei Lemuel deu a seu filho”. Textualmente, o versículo 1 revela que era um ensinamento da mãe de Lemuel.
A mãe de Lemuel era serva de Deus. Ela estava muito agradecida visto que seu filho nasceu em resultado de suas fervorosas orações. Ela consagrou Lemuel ao SENHOR e lhe repassou orientações divinas para que fosse exemplar servo de Deus. Visto que as bebidas alcoólicas são sedativas, a mãe do rei Lemuel ensinou-lhe o que sabia sobre o uso indevido de bebida inebriante na adoração.
• Provavelmente a mãe de Lemuel sabia que o SENHOR proibiu que os sacerdotes e os levitas, quando a serviço no tabernáculo ou no templo, tomassem bebida alcoólica sob pena de morte. (Levítico 10:9; Ezequiel 44:21) Fora de serviço, podiam beber com moderação. — Detalhes em "Os sacerdotes e a bebida inebriante".
• Talvez soubesse que era regulamento divino que os nazireus, sob voto, não deviam beber álcool. (Números 6:2-4, 13-20; Amós 2:12) Somente após findar seu nazireado podiam beber. — Detalhes em "Os nazireus e a bebida inebriante".
• Hoje os cristãos “devem igualmente ser sérios, . . . não dados a muito vinho”. — 1 Tim. 3:8, 9. — Mais detalhes em "O Novo Testamento autoriza vinho alcoólico".
Mas, quando “não seria próprio” que reis e príncipes bebessem? A mãe de Lemuel não generaliza dizendo para não beber em todas as ocasiões da vida, durante todos os dias do ano — como querem fazer-nos crer os defensores da abstinência alcoólica. Não generaliza? Não!
Analise com cuidado: Ela relaciona o não beber à ocasião tão importante de julgar com justiça os fracos e aflitos, incapazes de fazer algo por si mesmos, ou devido à torção da justiça ou devido a circunstâncias adversas. Visto que a ingestão destas bebidas pode prejudicar o senso de justiça, "não seria próprio" que reis e príncipes bebessem quando estivessem prestes a exercer ou no próprio exercício do cargo de juízes. — Versículo 5.
O que aprendemos disso? Que pode haver ocasiões em que é apropriado abster-se de bebidas alcoólicas, especialmente quando nos empenhamos em atividades que tenham diretamente que ver com a vida de outros. Portanto, o conselho de Provérbios 31:4,5 não repreende o consumo de tais bebidas mas sabiamente alerta para a ocasião imprópria de ingeri-las. — Veja Ezequiel 44:21 ; Romanos 14:21.
É correto beber para refazer as forças e não para bebedice. — Eclesiastes 10:17.
OBJEÇÃO COMUM
Referindo-se as palavras da mãe do Rei Lemuel, alguns concluem, dizendo: "Um rei nunca bebia. Os cristãos são reis (Apocalipse 1:6). Logo, nunca podemos beber nada alcoólico."
Já estudamos acima que realmente há uma recomendação para que um rei não bebesse — especificamente em certas ocasiões. Mas não há nenhuma afirmação divina — como querem alguns — para que um rei nunca bebesse em todos os momentos de sua vida, ou para que fosse abstêmio. Não se esperava que os reis adotassem as orientações dos nazireus de jamais tomar bebidas inebriantes, seja dia ou noite, seja em atividade ou na recreação. Com a sabedoria que o SENHOR lhe deu, foi o rei Salomão que escreveu o livro de Provérbios onde se registra as palavras da mãe do rei Lemuel. O Rei Salomão entendia corretamente que, em momentos de folga, um rei poderia beber de modo responsável, com moderação, com temperança, num “coração de sabedoria” (Eclesiastes 2:3). De certo, quão “bem-aventurado” é o país “cujo rei... e cujos príncipes comem a tempo, para refazerem as forças e não para bebedice”! — Eclesiastes 10:17.
É verdade que cristãos são chamados de "reis" e "sacerdotes". (Apocalipse 1:6) Porém, exercerão sua atividade no futuro, não atualmente. Jesus esclareceu ao apóstolo João: "Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono". (Apocalipse 3:21, Almeida Corrigida e Fiel) Somente para aquele que vencer, para o conquistador, que a promessa se aplicará. Aquele que não conquista não será coroado. Jesus foi fiel até seu último suspiro de vida. Por isso venceu. Porém, alguns hoje — querem por que querem — antecipar o exercício do reinado e do sacerdócio já para nossos dias, antes do tempo designado por Cristo. Não querem esperar serem ressuscitados para servir quais reis e sacerdotes com Jesus Cristo no Reino dele. Querem agora, hoje, já! Mas hoje é tempo de NÃO atuar como reis julgando os outros. — Lucas 6:37; Tiago 4:12.
Dito de modo fácil, visto que atualmente os cristãos NÃO exercem sua atividade de reis, é enganosa a afirmação de que atualmente os cristãos não podem beber nada alcoólico por estarem atuando como reis.
JESUS NÃO REJEITOU BEBIDA ALCOÓLICA
PROVÉRBIOS 31:6, 7
6 Dai bebida forte aos que perecem, e o vinho, aos amargosos de espírito;
7 para que bebam, e se esqueçam da sua pobreza, e do seu trabalho não se lembrem mais.
— Almeida Revista Corrigida, 1995.
6 As bebidas alcoólicas são para os que estão morrendo, para os que estão na miséria.
7 Que eles bebam e esqueçam que são pobres e infelizes!
— Nova Tradução na Linguagem de Hoje, 2000.
Em conformidade com esta orientação, o relato bíblico registra que Jesus bebeu álcool em forma de vinagre ou vinho azedo: "Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja e, pondo-a num hissopo, lha chegaram à boca. E, quando Jesus TOMOU o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito". — João 19:29, 30, Almeida Revista Corrigida 1995.
Dica: Para uma ampla consideração sobre Jesus ter bebido vinagre, veja a análise de Marcos 15:23.