Os sacerdotes e a bebida inebriante - O Cristao e a Bebida Alcoolica

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OS SACERDOTES E A BEBIDA INEBRIANTE
LEVÍTICO 10
8  E falou o SENHOR a Arão, dizendo:
9  Vinho (yayin) ou bebida forte (shekar) tu e teus filhos contigo não bebereis, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações,
10  para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo
Almeida Revista e Corrigida, 2009.

Argumentando contra o uso de "bebida forte", alguém poderá dizer: "Um sacerdote nunca bebia. Os cristãos são sacerdotes. (Apocalipse 1:6) Logo, o cristão nunca poderá tomar algo alcoólico." Porém, é válida esta argumentação?Consideremos isso agora atentamente, passo a passo.
1) Eram embriagantes o “vinho ou bebida forte” mencionados neste texto?
Sim, pois no contexto bíblico quando "vinho" e "bebida forte" aparecem juntos, ambos referem-se a bebidas inebriantes. Sobre o versículo 9, veja o que diz A Bíblia de Estudo Pentecostal: “a abstinência de vinho embriagante era uma exigência para todos os sacerdotes”.

2) Todavia, quem não deveria beber "vinho ou bebida forte"?
Sem enxergar o que o texto não diz, queira perceber que NÃO era uma lei para todo o povo. Era válida APENAS para Arão e seus filhos. Eles eram sacerdotes.

3) Por qual razão não poderiam ingerir "vinho ou bebida forte"?
Visto que estas são sedativas, deveriam evitá-las para que pudessem “fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo”. Ao se proibir a ingestão de “vinho ou bebida forte”, os sacerdotes entenderiam que a restrição não era apenas para o vinho fermentado feito de uvas. A expressão “bebida forte” deixa claro que era vetada toda bebida fermentada, não importando se era feita de fruta, raiz ou grão.

4) Significa esta proibição que os sacerdotes nunca poderiam ingerir "vinho ou bebida forte"?
Não, não quer dizer isso. Repare que o trecho bíblico em questão indica QUANDO seria próprio a abstinência. Quando seria? Abra seus olhos do entendimento. Leia pausadamente: eles não podiam beber "QUANDO entrassem na tenda da congregação” (versículo 9). Ou, como esclarece Ezequiel 44:21: “nenhum sacerdote beberá vinho (yayin) QUANDO entrar no átrio interior”. Para o cristão, esta resposta direta da Bíblia já é suficiente. Os sacerdotes estavam sob esta ordem apenas quando exercessem sua função de sacerdote.

As seguintes referências concordam com isso:

► A Bíblia de Estudo Pentecostal, na nota referente a Levítico 10:9, admite que a proibição era válida para “os sacerdotes no desempenho de seus deveres religiosos.”
► O Dicionário de Teologia Bíblica,  volume 2, página 1153, diz que "os sacerdotes eram obrigados a não beberem vinho quando dirigiam para executarem os atos sagrados do culto."
► Segundo o Dicionário Bíblico Universal, de João dos Santos Figueiredo, página 115, a bebida forte "era proibida aos sacerdotes quando estavam em serviço."

Assim, Deus claramente regulamentou para que tais bebidas não fossem usadas quando estes homens de grande responsabilidade trabalhassem na "tenda da congregação" e no "átrio interior". Não deveriam entrar na tenda sob o efeito do "vinho ou bebida forte". Sendo assim, o sacerdote ajuizado não consumiria tais bebidas quando estivesse prestes a exercer sua função. O sacerdote que bebesse deveria esperar passar o efeito do álcool para exercer sua função.

Em nenhum momento Levítico 10:8-10 condena o uso de bebidas inebriantes FORA da "tenda da congregação" ou do "átrio interior". Os sacerdotes e os levitas não permaneciam todo o tempo em serviço nestes lugares sagrados. (Ezequiel 44:27) Tinham suas próprias casas e muitos possuíam família e filhos. (Ezequiel 44:22; Levítico 22:12) Tendo isso em mente, não constituiria desobediência se bebessem em lugar não proibido pela ordem divina acima.

E é realmente assim! Deus, bondosamente, autorizou o consumo de Sua própria oferta de bebida forte para os sacerdotes e sua família. (Números 18:12) Logo, quando não estivessem em serviço — sem temor de estar fazendo algo condenado — poderiam ingerir moderadamente não apenas mosto (tîrôsh), mas também "vinho" (yayin) e "bebida forte" (shekar).

Deus poderia requer que os sacerdotes e levitas fossem completamente abstêmios, 100% do tempo, mas não o fez! O SENHOR determinou exatamente QUANDO não seria apropriado beber. Nos dias de hoje há líderes religiosos que condenam o que Deus não proibiu.
VINHO E BEBIDA FORTE
São poucas as vezes em que "vinho" (yayin) e "bebida forte" (shekar) aparecem juntos no mesmo versículo. Contudo, em todos os casos, ambas referem-se a bebidas inebriantes. Note:

1 SAMUEL 1
“14  E disse-lhe Eli: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho (yayin).
15  Porém Ana respondeu e disse: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho (yayin) nem bebida forte (shekar) tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o SENHOR."
Almeida Revista e Corrigida, 2009.


ISAÍAS 28
"7  Mas também estes cambaleiam por causa do vinho (yayin)  ["por causa do muito vinho", segundo a versão King James Atualizada 1999] e não podem ter-se em pé por causa da bebida forte (shekar) ; o sacerdote e o profeta cambaleiam por causa da bebida forte (shekar) ["por causa da grande ingestão de bebida forte", segundo a versão King James Atualizada 1999], são vencidos pelo vinho (yayin), não podem ter-se em pé por causa da bebida forte (shekar) ; erram na visão, tropeçam no juízo."
Almeida Revista e Atualizada, 1993.


ISAÍAS 29
"9  Tardai, e maravilhai-vos, e folgai, e clamai; bêbados estão, mas não de vinho (yayin); andam titubeando, mas não de bebida forte (shekar) ."
Almeida Revista e Corrigida, 2009.

DEUTERONÔMIO 14
“26  E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho (yayin), e por bebida forte (shekar), e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR, teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa.”
Almeida Revista e Corrigida, 2009.

Vamos raciocinar com o entendimento aberto: Quem sugeriu o consumo de “vinho” e “bebida forte”? Não foi o próprio Deus, por meio de Moisés? Sendo assim, o que aprendemos disso? Que Ele não desaprova estas bebidas!

Note que Deuteronômio 14:29 indica quem se beneficiaria adicionalmente com a provisão divina: levitas, estrangeiros, órfãos e viúvas. Naturalmente, o bom-senso regulou tanto o comer quanto o beber. Não é porque se daria bebida alcoólica a eles que necessariamente se tornariam beberrões, nem obrigatoriamente glutões por receberem comida.
OBJEÇÃO COMUM
“Seria totalmente contrário ao caráter santo de Deus, Ele ordenar o livre uso de bebida embriagante aos fiéis, estando estes acompanhados dos sacerdotes.”

A intenção do raciocínio acima é tentar provar que o "vinho ou bebida forte" eram apenas "suco novo e fresco de uva". Contudo, esta ideia é falha pois não leva em conta o contexto bíblico em relação ao significado das palavras "vinho" e "bebida forte" que, quando citadas juntas, indicam verdadeiramente bebidas inebriantes. — Note o quadro "VINHO E BEBIDA FORTE".

Além disso, a objeção é construída sobre a suposição errônea de que os sacerdotes sempre estariam proibidos de usar bebida embriagante, em qualquer situação. Mas isso simplesmente não é verdade! Como já consideramos, o relato bíblico se dá ao trabalho de especificar que os sacerdotes não poderiam beber tão somente QUANDO desempenhassem suas funções sacerdotais no templo sagrado. Sendo assim, visto que se trata da ordem divina, não há o menor problema dos sacerdotes, não exercendo sua atividade religiosa, distribuírem vinho ou bebida forte para os fiéis consumirem fora do lugar santo. Os próprios sacerdotes consumiam tais bebidas inebriantes... O povo também já fazia uso delas visto que estas bebidas eram dízimo para o SENHOR.

O CASO DOS NAZIREUS — É proveitoso lembrar-se do caso dos nazireus. Deus proibiu que estes homens bebessem até mesmo suco de uva não-fermentado. (Juízes 13:14) Neste caso era uma lei sem exceção, isto é, não era permitido consumir nada que fosse feito de uvas durante as 24 horas do dia, durante todos os dias em que durasse o voto de nazireu. Por outro lado, não havia a menor proibição/recomendação para aquele que não fosse nazireu evitar beber suco de uva. O nazireu não vivia isolado, afastado das outras pessoas como eremita. Assim, ao passo que o povo em geral faria livre uso de puro suco de uva e demais bebidas, os nazireus estavam impedidos devido a lei divina para eles. [Para ilustrar: alguém que está de regime evitará alimentos que engordam, embora outros ao seu redor possam comê-los livremente.] Por que aquele que é contrário a ingestão de bebida alcoólica nunca afirma que "seria totalmente contrário ao caráter santo de Deus, Ele ordenar o livre uso de suco de uva aos fiéis, estando estes acompanhados dos nazireus"? Ora, não deveria a proibição valer para todos?

O CASO DOS REIS — Pondere também com respeito à lei dada aos reis. Embora soubesse que — no exercício de suas funções reais — “não é próprio dos reis beber, vinho (yayin), nem dos príncipes desejar bebida forte (shekar)" (Provérbios 31:4), o rei Salomão escreveu: “bebe com bom coração o teu vinho (yayin), pois já Deus se agrada das tuas obras”. (Eclesiastes 9:7)

Ao recomendar o vinho, o sábio rei Salomão preocupou-se com o MODO correto de se beber quando disse: "bebe com bom coração", isto é, com responsabilidade.

Também escreveu em Eclesiastes 10:17 sobre o rei e príncipe beberem e comerem com moderação, "para refazerem as forças e não para bebedice". Notou, caro leitor? A bebida que se diz aqui para não se consumir até se alcançar a "bebedice" é a mesma que se diz que era para se beber "para refazer as forças".

Em seguida, no versículo 19, é dito que o "vinho alegra a vida". O próprio rei Salomão foi um dos que bebeu vinho com precaução como indicado no livro bíblico de Eclesiastes 2:3: "Busquei no meu coração como estimularia com vinho a minha carne, sem deixar de me guiar pela sabedoria..." (Versão Revisada da Tradução João Ferreira de Almeida) Naturalmente, ao "estimular-se" com vinho, Salomão mostrou ter um coração sábio por não embriagar-se. O mesmo cuidado deverá ter aquele que optar pela bebida.

Portanto, não há nada "contrário ao caráter santo de Deus" o "vinho" ser liberado para os “fiéis”, mas não para aquele que estivesse oficiando como sacerdote, nazireu ou rei.


Testemunhas de Jeová — artigos críticos.

Desde agosto de 2004, indicetj@yahoo.com.br


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